A Eletrobras é a elétrica que sofreu o maior impacto no lucro após o governo forçar as empresas a cortarem os preços ou devolverem as concessões a vencer para serem leiloadas novamente (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2013 às 09h52.
São Paulo - A Centrais Elétricas Brasileiras SA caiu 46 por cento no último ano e ainda assim é a ação mais sobrevalorizada na visão dos analistas.
As ações ordinárias e preferenciais classe B são negociadas 60 por cento e 8,3 por cento acima dos respectivos preços-alvo de 12 meses, as maiores diferenças do Ibovespa, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Eletrobras é a elétrica que sofreu o maior impacto no lucro após o governo forçar as empresas a cortarem os preços ou devolverem as concessões a vencer para serem leiloadas novamente.
A companhia com sede no Rio de Janeiro, que tinha mais concessões a vencer do que qualquer outra, irá cortar os custos em 30 por cento em três anos após ter um prejuízo recorde de R$ 6,88 bilhões no ano passado.
As novas tarifas irão “eliminar o fluxo de caixa operacional da companhia por três anos”, disse Gabriel Salas, analistas do JPMorgan Chase & Co., em entrevista por telefone de Nova York.
“Por três anos, todo o seu investimento deverá ser feito por financiamento externo, com dívida e assim. Nós tivemos uma forte queda, mas eu não vejo qualquer motivo para que a ação ganhe valor novamente”. Salas recomenda a venda das ações e é o analista mais certeiro no setor no último ano no Ranking de Retorno Absoluto da Bloomberg
A queda nas ações da Eletrobras mostra como as políticas do governo Dilma Rousseff estão prejudicando o valor de mercado de algumas das maiores empresas brasileiras.
O Ibovespa caiu 7,6 por cento no primeiro trimestre, o pior começo de ano desde 1995. As medidas para reduzir as tarifas de energia elétrica, que a indústria diz estarem entre as mais altas do mundo, levou à queda nas ações de companhias do setor, que eliminou US$ 6 bilhões (R$ 12 bilhões) em valor desde o início de novembro.