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Mercado vê reação positiva da Bolsa a novos ministros

Para sócio-diretor de corretora, investidores anteciparam nomeação de integrantes da equipe econômica, de forma que evento já está embutido nos preços das ações

Tombini, Levy e Barbosa: principal risco é de Dilma não bancar mudanças, diz sócio da Órama Investimentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Tombini, Levy e Barbosa: principal risco é de Dilma não bancar mudanças, diz sócio da Órama Investimentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 16h06.

São Paulo - A confirmação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central deve impedir a desvalorização do Índice Bovespa, na avaliação de Marcio Cardoso, sócio-diretor da Título corretora/Easynvest.

Em sua opinião, os investidores anteciparam a nomeação dos novos integrantes da equipe econômica, de forma que o evento já está embutido nos preços das ações.

"A bolsa está em seu preço. Apenas se o governo anunciar uma medida em âmbito econômico de fato positiva e inesperada, é possível que o Ibovespa suba e ultrapasse os 60.000 pontos", prevê.

Cardoso diz que o governo precisa reconstituir a credibilidade que perdeu na área econômica, principalmente no que se refere à política fiscal, de forma a recuperar a capacidade de investimento dos agentes do mercado.

O executivo diz ainda que é preciso atrair investidores de longo prazo para a bolsa de valores.

"O movimento que se vê hoje indica a presença de investidores de curto prazo. Quando as ações caem, eles compram, quando elas sobem, eles vendem", explica.

Para Álvaro Bandeira, sócio e economista-chefe da Órama Investimentos, a indicação de Levy, Barbosa e Tombini para a equipe de governo é bastante positiva para mudar o rumo da economia e, consequentemente, para as ações da Bolsa de Valores.

"Todos conhecem profundamente a estrutura complicada do governo e aparentemente chegam com alguma carta branca para mudanças", diz Bandeira.

O principal risco, em sua avaliação, é de a presidente reeleita, Dilma Rousseff, não bancar as mudanças.

O motivo é que determinadas alterações na política econômica podem produzir efeitos em prazo "razoavelmente rápido", mas outras demandam tempo de maturação.

Essa "inconsistência temporal" pode resultar em dados ruins de conjuntura. Por exemplo, o desemprego pode crescer e o nível de produtividade pode cair, o que pode causar ruídos e trazer fragilidade à equipe empossada, bem como desgaste para a presidente, diz Bandeira.

"Será preciso bancar medidas por um ano ou mais sem pegar nenhum atalho. Será que o governo suportará isso?", questiona Bandeira.

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