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Mercado reage bem à reviravolta na delação da JBS

Para os investidores, o possível cancelamento do acordo de Joesley indica que o governo pode ter mais chances de seguir com as reformas estruturais

JBS: Aguardando os desdobramentos, o mercado encarou o episódio como um fator de enfraquecimento da segunda denúncia contra Temer (Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: Aguardando os desdobramentos, o mercado encarou o episódio como um fator de enfraquecimento da segunda denúncia contra Temer (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 11h44.

A suspeita sobre a delação da JBS, anunciada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi recebida pelo mercado como um indicativo de que o governo terá mais chances de seguir com as reformas estruturais.

O gatilho foi o relato de Janot, que sinalizou a possibilidade de anular o acordo de delação premiada de Joesley Batista e de executivos do grupo, devido à omissão de crimes e referências indevidas ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal.

Aguardando os desdobramentos, o mercado encarou o episódio como um fator de enfraquecimento da segunda denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer e, consequentemente, um fortalecimento do governo para seguir adiante com a agenda de reformas, sobretudo a da Previdência.

Há grande expectativa pela volta de Temer de sua viagem à China, para ver qual será a sinalização do governo quanto ao andamento das reformas.

O risco Brasil medido pelo contrato de swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos recuou para abaixo de 190 pontos-base.

Próximo ao fechamento do mercado, a pontuação estava em 188,640 pontos, queda de 1,36% em relação ao dia anterior. O economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, lembra que o CDS já vinha em trajetória de queda há 15 dias.

No mercado de juros, esse entendimento gerou efeito de baixa nas taxas de longo prazo durante todo o pregão, que teve volume robusto de negócios. O dólar rompeu o patamar dos R$ 3,12 e fechou aos R$ 3,1167 - menor nível em pouco mais de um mês -, o que, segundo especialistas, reflete a melhora da percepção em relação à crise política.

Apesar do otimismo, o desempenho negativo da bolsa de Nova York e a revelação de que malas de dinheiro foram encontradas em um imóvel que seria utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, do círculo próximo ao presidente Temer, interromperam o momento de euforia do mercado de ações.

Pela manhã, o Índice Bovespa chegou a subir 1,46%, embalado pela percepção de fortalecimento de Temer. À tarde, chegou a cair 0,42%, diante de uma queda nos ativos na Bolsa de Nova York. No fim do dia, o índice ficou estável (+0,03%), fechando aos 72.150,87 pontos.

Para William Alves, da Valor Gestora de Recursos, o mercado agora se divide entre os que se animam com os efeitos do cenário de queda de juros e recuperação econômica e os que acreditam que o Ibovespa está esticado e requer correção.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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