Menor risco de conflito derruba petróleo e Petrobras puxa queda da Bolsa
Ibovespa vai na contramão dos mercados internacionais e fecha no vermelho pela quarta vez consecutiva
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 18h36.
Última atualização em 8 de janeiro de 2020 às 19h19.
Uma vingança iraniana sem mortes e declarações mais amenas por parte do presidente norte-americano, Donald Trump , afastaram o risco de uma guerra entre os dois países. O clima mais ameno contribuiu para que as principais bolsas do mundo fechassem em alta, nesta quarta-feira (8). Por aqui, no entanto, o Ibovespa caiu pela terceira vez consecutiva e encerrou em queda de 0,36%, em 116.247,03 pontos.
Parte desse movimento passa pelas ações da Petrobras , que representam mais de 10% do índice. Vistas como oportunidade em caso de conflito no Oriente Médio, os papéis ordinários da estatal recuaram 1,63% e os preferenciais 0,62%. Um dos principais gatilhos para a valorização do ativo, o preço do petróleo chegou a cair quase 5% após o discurso de Trump.
“Percebemos maior tom de parcimônia nas falas das principais lideranças de ambos os lados e acreditamos que o atual nível de beligerância tenha alcançado um ponto para estabelecer-se”, disseIlan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.
Além dos papéis da Petrobras, os dos grandes bancos também pressionaram o Ibovespa no pregão desta quarta. Entre eles, o Itaú foi o que teve a pior performance na sessão, recuando 1,61%. As ações do Bradesco , Banco do Brasil e Santander caíram 1,55%, 0,91% e 0,93%, respectivamente.
Por outro lado, a ação Braskem liderou as altas do Ibovespa ao subir 5,01%. Diferentemente de 2019, quando a Braskem teve o pior desempenho do índice, em 2020, a petroquímica está disparando na Bolsa e já soma alta de 14,44% no ano.
Um dos principais impulsionadores para a valorização da Braskem é o acordo de 1,7 bilhões de reais que a companhia firmou para ressarcir 17 mil moradores de Maceió que tiveram suas casas danificadas por uma mina de sal-gema na região.
A sessão também foi positiva para os papéis da Gol , favorecidos pela depreciação do petróleo e do dólar, que registou a primeira queda do ano nesta quarta. Além desses fatores, a companhia aérea divulgou dados operacionais de dezembro, que apresentaram crescimento da oferta e da demanda por assentos. A Gol também afirmou que espera uma margem Ebitda entre 37% e 39% para o quarto trimestre de 2019 contra expectativa de 33%. O ativo encerrou o pregão em alta de 3,95%.