Marisa (AMAR3): conselho aprova ampla reestruturação com renúncia de CEO e conselheiro
Vice-presidente que irá assumir o comando da empresa interinamente é acusado pela CVM de insider trading, segundo jornal
Guilherme Guilherme
Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 09h04.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2023 às 10h31.
A Marisa ( AMAR3 )anunciou o pedido de renúncia do presidente da empresa Adalberto Pereira Santos e do membro de seu Conselho de Administração Marcelo Adriano Casarin.
O Conselho informou já ter inciado os processos de seleção de um novo presidente e membro do conselho. Enquanto isso, Alberto Kohn de Penhas, atual vice-presidente comercial, irá comandar a empresa como presidente interino.
Segundo a Marisa, um novo conselheiro deverá ocupar a cadeira de Marcelo Casarin até a próxima Assembleia Geral Ordinária, prevista para 27 de abril.
A renúncia do CEO e de um dos membros do conselho coincidiu com a contratação da BR Partners para assessorar a Marisa no processo de renegociação de dívidas e da Galeazzi Advogados para auxiliá-la no aperfeiçoamento de sua estrutura de custos. A dívida líquida da companhia no terceiro trimestre era de R$ 566,1 milhões.
As mudanças dentro da Marisa ocorrem em meio às investigações da CVM sobre supostas compras indevidas de ações por parte deMárcio Goldfarb, da família controladora do negócio, segundo O Globo.
Ainda de acordo com o jornal, Alberto Kohn de Penhas, que assumirá a presidência da Marisa interinamente, é acusado pela CVM de insider trading, que é a negociação de ações no mercado com uso de informações privilegiadas.
Negócio decadente
Em declínio desde 2013, o valor de mercado da Marisa encerrou o último pregão a R$387,4 milhões -- um dos mais baixos entre as empresas listadas do setor. A Guararapes, da Riachuelo, tem R$ 2,27 bilhões e a C&A Brasil, 804,5 milhões. A Renner, líder do segmento, tem R$ 19,34 bilhões e o Grupo Soma, R$ 7,49 bilhões.
As ações da Marisa acumulam 64,5% de queda no período de um ano e estão cotadas atualmente a R$ 1,13. Desde o início da pandemia, em 2020, as ações acumulam perdas de mais de 90%.