Marfrig preocupa HSBC com alta alavancagem
Banco sobe preço-alvo das ações, mas cautela continua
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2012 às 14h21.
São Paulo – O HSBC elevou o preço-alvo em 12 meses às ações da Marfrig ( MRFG3 ), de 10,50 para 13 reais, um potencial de valorização de aproximadamente 7%. O recente relatório do banco também reiterou a recomendação classificada em “neutra”.
A equipe de análise formada por Pedro Herrera, Diego Maia e Ravi Jain, avalia os recentes rumores de que a empresa estaria acelerando seu processo de redução de alavancagem, tendo como alternativa mais popular a venda da participação minoritária na Seara Foods, sua divisão de aves, suínos e produtos industrializados.
“A venda da participação minoritária seria um fato positivo para a empresa, em nossa opinião”, diz a equipe.
De acordo com o HSBC, um cálculo aproximado usando 7 vezes para o EBITDA ao final de 2013 da Seara implica que a Marfrig poderia levantar valor próximo a 2 bilhões de reais. Com isso, a alavancagem cairia para 3,6 vezes o EBITDA dos últimos doze meses, contra os atuais 4,8 vezes.
No entanto, os analistas tratam logo de lembrar o investidor de que as palavras acima são apenas projeções.
“Alertamos que, apesar de termos uma visão positiva quanto aos fundamentos para a carne bovina brasileira, vemos os preços dos grãos afetando as margens da Seara no curto prazo. Além disso, o cronograma da possível transação de redução de alavancagem é incerta neste momento”, conclui a equipe.
Em paralelo, as pressões devem ser parcialmente compensadas pelas elevações de preços e pela integração dos ativos da Brasil Foods ( BRFS3 )de margem mais alta, cujas operações tiveram início em meados de junho de 2012.
De acordo com a própria Brasil Foods, esses ativos produziram cerca de 1,9 bilhão de reais em receita e próximo a 190 milhões de reais em EBITDA em 2011.
Em 2012, as ações ordinárias da Marfrig registram alta de 41,5%, enquanto o Ibovespa, principal referência da bolsa brasileira, sobe 3,3%.