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Mantega tenta acalmar agentes, mas juros têm nova alta

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou, mais uma vez, acalmar os agentes, mas não conseguiu impedir o acúmulo de prêmios


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (163.010 contratos) estava em 10,08%
 (Getty Images)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (163.010 contratos) estava em 10,08% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 16h53.

São Paulo - Num dia em que as incertezas sobre a política fiscal voltaram a pesar nos mercados, as taxas futuras de juros tiveram um novo pregão de alta, ainda que a intensidade deste movimento tenha sido mais moderada em relação às últimas sessões.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou, mais uma vez, acalmar os agentes, argumentando que as contas estão sob controle, mas não conseguiu impedir o acúmulo de prêmios.

No período da tarde, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a diretora para ratings (notas) soberanos para América Latina da Standard & Poor's (S&P), Lisa Schineller, afirmou que o rebaixamento do rating do Brasil não é iminente, mas isso também não conseguiu segurar as taxas de juros.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para abril de 2014 (163.010 contratos) estava em 10,08%, de 10,04% no ajuste anterior.

O juro para janeiro de 2015 (463.110 contratos) indicava 10,78%, de 10,71% no ajuste desta terça-feira, 5. Na ponta mais longa da curva a termo, o DI para janeiro de 2017 (269.705 contratos) apontava 11,90%, ante 11,86% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (6.455 contratos) marcava 12,33%, de 12,29% no ajuste anterior.

"O mercado está muito sensível. São diversos fatores pesando. Primeiro, foi a possibilidade de redução dos estímulos aos EUA pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos). Depois, vieram os dados fiscais muito ruins e, então, surgiu o medo de rebaixamento da nota do Brasil. Tudo isso está sendo precificado e gerando estresse", afirmou o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.

As palavras do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, durante apresentação do Boletim Regional, em Fortaleza, foram apenas observadas.

Hamilton afirmou, por exemplo, que há um "certo arrefecimento" no avanço da taxa de consumo do governo no primeiro semestre. No documento divulgado pelo BC, a autoridade monetária repete que as projeções indicam inflação em 12 meses elevada no horizonte relevante, com tendência de recuo.

Enquanto isso, os agentes seguiram monitorando o comportamento do dólar e dos demais indicadores de atividade. Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana cedeu 0,35% ante o real no balcão, cotada a R$ 2,2820. No entanto, houve muita volatilidade no dólar, o que aumentou ou reduziu a alta das taxas de juros ao longo de todo o dia.

Entre os indicadores, a produção de veículos caiu 2,5% em outubro ante setembro, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na comparação com outubro de 2012, houve avanço de 0,5%.

No que diz respeito à inflação, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,63% em outubro, o que representa uma desaceleração ante à taxa de 1,36% em setembro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas colhidas pelo AE Projeções (0,73%).

No exterior, as incertezas em relação às políticas monetárias do Fed e do Banco Central Europeu (BCE) continuaram, mas os mercados passaram por ajustes em relação aos movimentos recentes. Por isso, o juro do T-note de 10 anos cedia para 2,643% às 16h37, de 2,665% no fim da tarde desta quarta-feira.

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