Ouro é negociado abaixo de US$ 1.557,11, o nível mais alto em seis anos atingido no mês passado. (ponsulak/Thinkstock)
Tais Laporta
Publicado em 8 de outubro de 2019 às 14h40.
Última atualização em 8 de outubro de 2019 às 14h40.
O maior gestor de fortunas do mundo mantém a aposta no ouro mesmo depois da pausa nos ganhos das últimas semanas. Dominic Schnider, do UBS Global Wealth Management, argumenta que o Federal Reserve vai seguir com o corte de juros e as taxas reais negativas atrairão demanda. Com isso, as barras de ouro ajudam a equilibrar o portfólio.
“Não acho que chegamos ao topo do rali”, disse Schnider, chefe de commodities e macro para Ásia Pacífico, juros e câmbio, em entrevista à TV Bloomberg em Hong Kong, na terça-feira. “Qualquer recuo do ouro representa, na verdade, uma oportunidade de compra.”
Em outubro, o ouro enfrenta resistência para dar continuidade ao avanço de 2019, mesmo com a persistência das tensões comerciais EUA-China, sinais de desaquecimento econômico global e bancos centrais, incluindo o Fed, reduzindo as taxas.
Apesar do reinício das negociações entre Washington e Pequim esta semana, é improvável que haja um “grande acordo” entre os dois lados, e o UBS tem uma posição defensiva, segundo Schnider, embora reconheça que alguma forma de acordo intermediário possa surgir.
“Ainda mais importante, em 2020 esperamos que o Fed faça vários cortes, e as taxas reais estejam em território negativo: por que não possuir ouro?”, disse Schnider. Para um investidor em ações, que incluem os da Ásia, o ouro atua de maneira extremamente favorável no contexto do portfólio, disse.
Agora o metal precioso é negociado abaixo de US$ 1.557,11, o nível mais alto em seis anos atingido no mês passado. Ainda assim, o ouro acumula ganho de 17% este ano, e os investidores continuam a comprar participações em fundos negociados em bolsa garantidos em ouro. O UBS vê os preços em US$ 1.550 no fim de 2019 e em US$ 1.650 no próximo ano, segundo Schnider.