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Lupatech atinge “ponto crítico” e ação tem maior queda do ano entre small caps

Papéis derreteram 20% após a intenção de remover uma garantia dos títulos da dívida

No ano, a queda das ações da Lupatech chega a 75% (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 18h23.

São Paulo – As ações da Lupatech ( LUPA3 ) foram alçadas hoje ao posto de maior queda do ano das small caps da bolsa brasileira. A primeira posição nada agradável no ranking das piores foi conquistada após a fabricante de válvulas e equipamentos para a indústria de petróleo ter anunciado a intenção de remover uma das garantias dos bônus perpétuos emitidos em 2007.

“Nós definitivamente acreditamos que a situação chegou a um ponto crítico”, disse o analista do Bradesco BBI, Auro Rozenbaum, em um relatório publicado nesta quarta-feira. Para ele, a empresa deve anunciar em breve uma capitalização com um valor entre 200 e 250 milhões de reais. “A situação de curto prazo para a companhia continua delicada”, ressalta.

Como solução, a Lupatech está realizando vendas de ativos que podem arrecadar ao redor de 150 a 200 milhões de reais. Além disso, Rozenbaum lembra que a Petros (fundo de pensão da Petrobras), um dos controladores, irá prover um empréstimo de 60 milhões de reais para atender às necessidades mais curtas.

Temor

O estopim para a venda desenfreada de títulos e ações da Lupatech foi o pedido feito ontem aos detentores dos bônus de 275 milhões de reais para a alienação da Steelinject, que é uma das garantidoras dos papéis. Os títulos despencaram, levando o rendimento a uma alta de 297 pontos-base para 23,51% nesta manhã, segundo dados da Trace citados pela Bloomberg. As ações derreteram 19,55% e foram vendidas a 4,65 reais. No ano, a queda chega a 75%.


Segundo a Lupatech, desde a emissão dos bônus, foram adquiridos outros negócios que aumentaram a base de ativos em 53%, para 1,539 bilhão de reais, e que a Steelinject representava ao final de setembro apenas 11,7 milhões de reais, ou seja, menos de 1% dos ativos totais.

“Ainda que nossa situação financeira no 3T11 gere preocupações em relação à solvência da Companhia, estamos trabalhando fortemente para equilibrar nossa estrutura de capital e fortalecer nossa posição de caixa num curto espaço de tempo, o que acreditamos ser do interesse de todos os nossos acionistas”, diz a empresa. Os principais acionistas BNDES, PETROS e LUPAPAR “têm consciência dos desafios relacionados à nossa liquidez e estrutura de capital”, conclui a Lupatech.

Rating

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da Lupatech de Caa2 para Caa3 em 20 de outubro. Para o analista Filippe Goossens, que assina o relatório, a empresa precisa elevar os esforços para vender ativos não principais, buscar capital adicional ou negociar a conversão de suas debêntures caso queira evitar uma reestruturação.

“Dada a atual cobertura de ativos muito fraca, qualquer reestruturação de sua dívida provavelmente resultaria em perda para os titulares das dívidas”, disse Goosens.

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São Paulo – As ações da Lupatech ( LUPA3 ) foram alçadas hoje ao posto de maior queda do ano das small caps da bolsa brasileira. A primeira posição nada agradável no ranking das piores foi conquistada após a fabricante de válvulas e equipamentos para a indústria de petróleo ter anunciado a intenção de remover uma das garantias dos bônus perpétuos emitidos em 2007.

“Nós definitivamente acreditamos que a situação chegou a um ponto crítico”, disse o analista do Bradesco BBI, Auro Rozenbaum, em um relatório publicado nesta quarta-feira. Para ele, a empresa deve anunciar em breve uma capitalização com um valor entre 200 e 250 milhões de reais. “A situação de curto prazo para a companhia continua delicada”, ressalta.

Como solução, a Lupatech está realizando vendas de ativos que podem arrecadar ao redor de 150 a 200 milhões de reais. Além disso, Rozenbaum lembra que a Petros (fundo de pensão da Petrobras), um dos controladores, irá prover um empréstimo de 60 milhões de reais para atender às necessidades mais curtas.

Temor

O estopim para a venda desenfreada de títulos e ações da Lupatech foi o pedido feito ontem aos detentores dos bônus de 275 milhões de reais para a alienação da Steelinject, que é uma das garantidoras dos papéis. Os títulos despencaram, levando o rendimento a uma alta de 297 pontos-base para 23,51% nesta manhã, segundo dados da Trace citados pela Bloomberg. As ações derreteram 19,55% e foram vendidas a 4,65 reais. No ano, a queda chega a 75%.


Segundo a Lupatech, desde a emissão dos bônus, foram adquiridos outros negócios que aumentaram a base de ativos em 53%, para 1,539 bilhão de reais, e que a Steelinject representava ao final de setembro apenas 11,7 milhões de reais, ou seja, menos de 1% dos ativos totais.

“Ainda que nossa situação financeira no 3T11 gere preocupações em relação à solvência da Companhia, estamos trabalhando fortemente para equilibrar nossa estrutura de capital e fortalecer nossa posição de caixa num curto espaço de tempo, o que acreditamos ser do interesse de todos os nossos acionistas”, diz a empresa. Os principais acionistas BNDES, PETROS e LUPAPAR “têm consciência dos desafios relacionados à nossa liquidez e estrutura de capital”, conclui a Lupatech.

Rating

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da Lupatech de Caa2 para Caa3 em 20 de outubro. Para o analista Filippe Goossens, que assina o relatório, a empresa precisa elevar os esforços para vender ativos não principais, buscar capital adicional ou negociar a conversão de suas debêntures caso queira evitar uma reestruturação.

“Dada a atual cobertura de ativos muito fraca, qualquer reestruturação de sua dívida provavelmente resultaria em perda para os titulares das dívidas”, disse Goosens.

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