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Linguagem dura do BC e PIB dos EUA impulsionam taxas futuras

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para abril de 2015 (82.045 contratos) projetava taxa de 12,200%


	Banco Central: BC assegurou que fará o necessário para que em 2015 o IPCA entre em longo declínio
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Banco Central: BC assegurou que fará o necessário para que em 2015 o IPCA entre em longo declínio (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2014 às 16h24.

São Paulo - As taxas futuras de juros fecharam em alta nesta terça-feira, 23, após o Banco Central abandonar sua "parcimônia" e afirmar que fará "o que for preciso" no combate à inflação.

O movimento foi favorecido ainda pelo forte desempenho do PIB dos EUA, cuja terceira leitura superou a previsão dos analistas, impulsionando também o dólar.

Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para abril de 2015 (82.045 contratos) projetava taxa de 12,200%, de 12,190% no ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2016 (137.865 contratos) mostrava 12,92%, de 12,89%.

O DI para janeiro de 2017 (85.115 contratos) indicava 12,88%, de 12,85%. E o DI para janeiro de 2021 (22.230 contratos) apontava 12,37%, de 12,31%. Nos EUA, o juro da T-note de 10 anos estava em 2,222%, de 2,160% no fim da tarde de segunda. Por volta das 16h25, o dólar à vista no balcão subia 1,69%, a R$ 2,7070.

O Banco Central assegurou hoje, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do quarto trimestre, que fará o que for necessário para que em 2015 o IPCA entre em longo período de declínio.

Segundo a autoridade, essa ação levará à meta de 4,5% em 2016.

O documento diz ainda que o BC prevê que os efeitos dos realinhamentos de preços se estenderão ao próximo ano, mas destaca que esses impactos tendem "a se apresentar fortemente mitigados" em 2016.

No documento, a autoridade monetária reafirmou que não se pode descartar a migração da política fiscal para a zona de contenção em 2015.

Já a taxa de câmbio utilizada no cenário de referência da instituição foi atualizada para R$ 2,55, de R$ 2,25 no RTI anterior.

Enquanto isso, nos EUA o Departamento do Comércio divulgou sua terceira e última leitura do PIB do terceiro trimestre, que mostrou crescimento a uma taxa anual de 5,0%, o ritmo mais forte em 11 anos.

Isso sugere que o Federal Reserve pode elevar os juros antes do esperado, apesar de a inflação ainda se mostrar bem abaixo da meta.

Segundo operadores do mercado, a estrutura a termo da curva de juros já precifica chance majoritária de alta de 0,75 ponto porcentual na Selic em janeiro, apesar de muitos analistas ainda acreditarem que o BC deve promover ajuste de 0,5 pp.

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