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Levy não empolga e Ibovespa cai 2% com mau humor externo

A falta de novidades no discurso do novo ministro da Fazenda e a queda de 8% das ações da Petrobras ajudaram o Ibovespa a ficar abaixo dos 48 mil pontos

Joaquim Levy: o discurso do novo ministro não trouxe novidades concretas em termos de medidas para a economia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Joaquim Levy: o discurso do novo ministro não trouxe novidades concretas em termos de medidas para a economia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 16h54.

São Paulo - A Bovespa fechou a segunda-feira no vermelho e o Ibovespa abaixo dos 48 mil pontos, diante do quadro externo negativo, refletindo nova queda dos preços do petróleo, com o barril nos Estados Unidos abaixo de 50 dólares, e temores com a Grécia na Europa.

O discurso do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, à tarde não trouxe novidades concretas em termos de medidas para a economia, embora ele tenha apresentado a sua nova equipe.

No fechamento, o principal índice da bolsa paulista acusou queda de 2,05 por cento, a 47.482 pontos, perto da mínima de 47.263 pontos. O giro financeiro somou 6,4 bilhões de reais.

O viés negativo foi guiado pelo tombo de 8 por cento dos papéis da Petrobras, no centro de um escândalo de corrupção. As ações, que perderam quase metade do peso no Ibovespa na nova composição da carteira, encontraram na baixa do petróleo pressão vendedora adicional.

Em nota a clientes, o UBS disse que o sentimento negativo com a companhia continua e citou a divulgação do resultado do terceiro trimestre previsto para este mês e a crença na mudança de membros da diretoria (fora da alta cúpula) da empresa como potenciais catalisadores no curto prazo.

A queda de ações do setor de energia e receios com o futuro da Grécia na zona do euro derrubaram bolsas na Europa, respingando em Wall Street, onde papéis ligados a commodities também minavam os negócios. O S&P 500 caía 1,7 por cento.

Em Brasília, Levy afirmou no primeiro discurso no comando da Fazenda que o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos será fundamento do novo ciclo de crescimento e que o Brasil tem condições de ter equilíbrio nas contas públicas sem redução de benefícios sociais.

Segundo o chefe da mesa de renda variável de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado, Levy disse as coisas certas, mas o tom do discurso foi burocrático, o que significou um não-evento. O mercado que havia recuperado um pouco antes, devolveu.

Investidores aguardam reticentes mais detalhes sobre um amplamente esperado pacote de ajuste das contas públicas e medidas que apontem um cenário melhor para o crescimento econômico e o controle da inflação no país.

"Com o cenário macroeconômico ainda desafiador, e sem muita visibilidade com relação às medidas que o governo vai tomar --e qual a direção vai seguir--, nossa cabeça não mudou muito e seguimos cautelosos com Brasil", disse o BTG Pactual em nota a clientes, acompanhando a estratégia de ações para janeiro.

A gigante de bebidas Ambev terminou em baixa de 2,06 por cento. O setor de educação seguiu pesando, embora longe das mínimas da abertura, ainda reagindo a mudanças nas regras de programas voltados ao financiamento do ensino superior. No índice, Estácio recuou 5,7 por cento e Kroton declinou 6,35 por cento.

As preferenciais da operadora Oi ficaram entre as maiores quedas, em baixa de 6,76 por cento. A empresa projetou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de rotina das operações no Brasil em 2015 de 7 bilhões a 7,4 bilhões de reais.

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