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Leilões de swap terão entre US$ 50 mi e US$ 200 mi ao dia

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, confirmou o programa de swaps cambiais


	BC: atualmente, há leilões de swap de segunda a sexta-feira
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: atualmente, há leilões de swap de segunda a sexta-feira (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 13h56.

Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, confirmou que o programa de swaps cambiais deve continuar no próximo ano com ofertas diárias de, no mínimo, US$ 50 milhões e, no máximo, US$ 200 milhões.

A confirmação veio depois de ser questionado por jornalistas, à saída da audiência pública no Senado Federal, sobre a crise da Rússia e a alta do dólar.

"Os parâmetros do swap cambial para o começo de 2015 serão decididos nos próximos dias. Eles podem ser ajustados para o mínimo de US$ 50 milhões e máximo de US$ 200 milhões", afirmou.

Atualmente, há leilões de swap de segunda a sexta-feira, quando são ofertados US$ 200 milhões por dia. Em dezembro, o BC passou a fazer leilões de venda de dólares com compromisso de recompra (leilões de linha) em função das condições de liquidez do mercado cambial.

Em funcionamento desde agosto de 2013, o programa de swaps cambiais ofertou pouco mais de US$ 100 bilhões, montante correspondente a quase 30% das reservas internacionais do País. Esses instrumentos, porém, são liquidados em reais.

Tombini comparou o nível do câmbio em 2011 com 2014 e afirmou que, durante processo de elevação da Selic, o real se depreciou mais de 70% em relação ao dólar.

"A despeito de termos mantido inflação sob controle, foram forças que se contrapuseram ao esforço de politica monetária. Estamos neste momento olhando para efeitos secundários da depreciação e buscando contê-los", disse.

Avaliou ainda que, em 2015, o déficit da conta de turismo deve estar estabilizado devido a impactos causados pelo dólar.

"Isso vai afetar favoravelmente turismo interno", disse, acrescentando que políticas específicas nessa área devem ser tratadas com o Ministério do Turismo.

Sobre inflação, Tombini repetiu que no ano que vem "vamos passar debaixo do limite superior" e que o BC foca no centro da meta, de 4,5%, para 2016.

"No ano que vem, será o mais baixo possível, dentro dos limites", disse. "Temos processo de ajuste do dólar no mundo e ajuste aqui de preços administrados contra preços livres", reforçou.

Também falou sobre a queda do preço do petróleo e como isso pode afetar o Brasil. Observou que o preço do barril, em junho, estava em US$ 110 e, agora, caiu para US$ 60, beirando os US$ 50.

Tombini argumentou que do ponto de vista financeiro, esse movimento de recuo no preço pode beneficiar o País.

O Brasil, por ser importador líquido de petróleo, nos cálculos do presidente do BC, deve economizar entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões na conta petróleo em 2015, o que deve ajudar a balança comercial do próximo ano.

"Esses são tempos difíceis em relação ao cenário internacional. Estamos vivendo uma volatilidade aumentada", disse.

"A qualidade das nossas políticas, a convergência da inflação, creio que ajudam o Brasil a navegar com segurança por esse período", afirmou.

O presidente do BC ainda destacou que 2015 será um ano de transição para nos preparar para um 2016 com uma economia global que cresce mais.

LDO

Tombini disse, ainda, que a alteração na LDO reflete mudanças na economia. "Com a economia crescendo pouco em 2014, teve reflexo na receita e a realidade se impôs nesse período", disse.

O presidente do BC afirmou que, tirando os eventos pontuais, o que determina a inflação é a oferta e a demanda. "Em um ajuste, a despesa conta mais que a receita", completou.

Tombini disse que deixaria para os colegas Joaquim Levy e Nelson Barbosa os comentários sobre o assunto (contas públicas).

O presidente do BC afirmou que não há dúvidas de que houve melhoria no mercado de trabalho brasileiro e disse que elas são reconhecidas internacionalmente.

Sobre inflação, ele repetiu a avaliação de que o BC olha, hoje, as mudanças de preços relativos (administrados e livres, além de domésticos e internacionais) e repetiu a importância de segurar a inflação, de forma que não seja criada uma corrida de ajuste de preços.

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