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Juros terminam em baixa e sobe chance de corte da Selic

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava em 7,187%, de 7,20% no ajuste

O giro financeiro foi de R$ 4,730 bilhões (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)

O giro financeiro foi de R$ 4,730 bilhões (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 17h03.

São Paulo - O mercado de juros manteve o viés de baixa registrado ao longo de toda esta semana, em um movimento que tornou majoritária as apostas em um novo corte da Selic em 10 de outubro, bem como adiou e reduziu sensivelmente o início e o tamanho do ciclo de aperto monetário projetados para 2013. Agora, os investidores aguardam a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, na sexta-feira, uma vez que os dados e acontecimentos desta quinta-feira tiveram pouca influência na formação das taxas ao longo da curva de juros. O mercado já estava vendedor e assim continuou.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (284.580 contratos) estava em 7,187%, de 7,20% no ajuste. Nesse patamar, a precificação de corte da Selic em outubro estava em 0,19 ponto porcentual. A taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (230.215 contratos) marcava 7,59%, ante 7,61% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (77.500 contratos) indicava 8,99%, de 9,01% ontem. O DI janeiro de 2021, com giro de 4.075 contratos, apontava 9,70%, ante 9,71% no ajuste.

Corroborando o dado da Fenabrave, que já indicava queda consistente das vendas de carros em setembro, a Anfavea divulgou a produção de veículos, que recuou de 14,2% em setembro ante agosto. A entidade informou que a venda de veículos caiu 31,4% em setembro ante agosto. Por outro lado, o setor automotivo encerrou o mês de setembro com 148.063 empregados, o que representa uma alta de 0,2% em relação a agosto.


Ainda no setor de veículos e mesmo que sem fazer preço nos juros, o governo publicou o novo regime automotivo, inserindo incentivos para a adoção de tecnologias de segurança, além das exigidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). As montadoras que atenderem a um série de requisitos pagarão menos impostos, o que, segundo o governo, resultará em aumento da concorrência e dos investimentos, além de uma redução de preços.

Um outro indicador de atividade veio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade revelou que a utilização da capacidade instalada da indústria brasileira em agosto ficou em 80,9% em agosto, abaixo do piso das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 81,20%. Por outro lado, o faturamento real da indústria teve alta de 4,8% em agosto ante julho, com ajuste sazonal, e as horas trabalhadas registraram aumento de 0,7% em agosto ante julho.

No exterior, a ata do Federal Reserve também não mexeu com os negócios. Segundo o documento, os membros do Fed esperam que o ritmo do crescimento econômico permaneça "moderado nos próximos trimestres, mas acelere no período de 2013 e 2015". Eles também mencionam riscos oriundos da crise da dívida na Europa e das incertezas sobre a política fiscal dos EUA. Ainda nos EUA, dados melhores do que o esperado do mercado de trabalho norte-americano, na véspera da divulgação do relatório de empregos, deram fôlego às bolsas de lá. Não houve novidades na Europa: o Banco Central Europeu manteve a taxa básica inalterada em 0,75% e o BC da Inglaterra também anunciou a manutenção da taxa básica de juros em 0,50% e do programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras, em linha com o esperado.

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