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Juros sobem e firmam aposta em Selic de 2 dígitos

Ata do Copom repetiu termos como "especialmente vigilante" e "com a devida tempestividade" e mostrou preocupação com a inflação ainda resistente

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (67.315 contratos) marcava 9,555% (BM&FBovespa/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 17h11.

São Paulo - A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) fez subir as taxas futuras de curto prazo, ao reforçar a percepção de que a Selic avançará mais 0,50 ponto porcentual no último encontro do ano, em novembro.

Os investidores também passaram a apostar que a dose deva se repetir na primeira reunião de 2014, o que colocaria a taxa básica em 10,50% anuais. A autoridade monetária repetiu termos como "especialmente vigilante" e "com a devida tempestividade" e mostrou preocupação com a inflação ainda resistente.

Os juros longos, no entanto, mantiveram-se perto dos ajustes nesta quinta-feira, 17, a despeito da queda do dólar e dos prêmios dos Treasuries, títulos da dívida do Tesouro dos EUA.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (67.315 contratos) marcava 9,555%, de 9,544% no ajuste anterior.

O vencimento para janeiro de 2015 (458.995 contratos) indicava taxa de 10,42%, de 10,38%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (177.710 contratos) apontava 11,25%, ante 11,26% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (10.690 contratos) estava em 11,72%, ante 11,75% no ajuste anterior.

Para o diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga, a Selic de 10,50% que está sendo precificada pelo mercado não é excessiva. Ele ressaltou, contudo, que isso pode mudar. "Vimos no passado o BC mudar de atitude, conforme avaliava dados econômicos."

A chave para a percepção de que o ritmo de aperto será mantido está nos parágrafos 27 e 28 da ata, segundo algumas fontes. No caso do primeiro trecho, o BC diz que "a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência".

Ele também voltou a falar dos mecanismos formais e informais de indexação, para, em seguida, repetir que: "Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido". No parágrafo 28, o BC diz ser "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste" do aperto monetário em curso.

O dólar reagiu em queda à perspectiva de um juro básico mais elevado. O acordo que colocou fim à paralisação do governo nos EUA e elevou o teto da dívida, mesmo que temporariamente, também teve influência na desvalorização da moeda, que terminou cotada a R$ 2,162 no balcão, em baixa de 0,64%.

Os juros dos Treasuries também caíram e o juro do T-note de 10 anos cedia para 2,596% às 16h32 (horário de Brasília), de 2,669% no fim da tarde de ontem.

Com esse quadro, as taxas longas tiveram queda moderada. "Hoje foi dia para a inclinação da curva ceder, tendo em vista o contexto de queda dólar e dos yields dos Treasuries, bem como a alta das taxas curtas devido à ata do Copom", disse Braga, da Quantitas.

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São Paulo - A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) fez subir as taxas futuras de curto prazo, ao reforçar a percepção de que a Selic avançará mais 0,50 ponto porcentual no último encontro do ano, em novembro.

Os investidores também passaram a apostar que a dose deva se repetir na primeira reunião de 2014, o que colocaria a taxa básica em 10,50% anuais. A autoridade monetária repetiu termos como "especialmente vigilante" e "com a devida tempestividade" e mostrou preocupação com a inflação ainda resistente.

Os juros longos, no entanto, mantiveram-se perto dos ajustes nesta quinta-feira, 17, a despeito da queda do dólar e dos prêmios dos Treasuries, títulos da dívida do Tesouro dos EUA.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (67.315 contratos) marcava 9,555%, de 9,544% no ajuste anterior.

O vencimento para janeiro de 2015 (458.995 contratos) indicava taxa de 10,42%, de 10,38%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (177.710 contratos) apontava 11,25%, ante 11,26% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (10.690 contratos) estava em 11,72%, ante 11,75% no ajuste anterior.

Para o diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga, a Selic de 10,50% que está sendo precificada pelo mercado não é excessiva. Ele ressaltou, contudo, que isso pode mudar. "Vimos no passado o BC mudar de atitude, conforme avaliava dados econômicos."

A chave para a percepção de que o ritmo de aperto será mantido está nos parágrafos 27 e 28 da ata, segundo algumas fontes. No caso do primeiro trecho, o BC diz que "a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos 12 meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência".

Ele também voltou a falar dos mecanismos formais e informais de indexação, para, em seguida, repetir que: "Tendo em vista os danos que a persistência desse processo causaria à tomada de decisões sobre consumo e investimentos, na visão do Comitê, faz-se necessário que, com a devida tempestividade, o mesmo seja revertido". No parágrafo 28, o BC diz ser "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste" do aperto monetário em curso.

O dólar reagiu em queda à perspectiva de um juro básico mais elevado. O acordo que colocou fim à paralisação do governo nos EUA e elevou o teto da dívida, mesmo que temporariamente, também teve influência na desvalorização da moeda, que terminou cotada a R$ 2,162 no balcão, em baixa de 0,64%.

Os juros dos Treasuries também caíram e o juro do T-note de 10 anos cedia para 2,596% às 16h32 (horário de Brasília), de 2,669% no fim da tarde de ontem.

Com esse quadro, as taxas longas tiveram queda moderada. "Hoje foi dia para a inclinação da curva ceder, tendo em vista o contexto de queda dólar e dos yields dos Treasuries, bem como a alta das taxas curtas devido à ata do Copom", disse Braga, da Quantitas.

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