Mercados

Juros recuam com ajuste técnico, dólar e alívio no exterior

No fechamento da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2015 tinha taxa de 12,405%


	Bovespa: investidores aproveitaram ambiente mais tranquilo no exterior para realizar ajustes no mercado doméstico
 (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: investidores aproveitaram ambiente mais tranquilo no exterior para realizar ajustes no mercado doméstico (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 16h38.

São Paulo - As taxas de juros futuras fecharam em queda nesta quinta-feira, 12, à medida que o dólar recuou e os investidores aproveitaram o ambiente mais tranquilo no exterior para realizar alguns ajustes no mercado doméstico depois da alta vista nas últimas sessões.

No fechamento da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em abril de 2015 (27.205 contratos) tinha taxa de 12,405%, ante 12,409% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2016 (129.495 contratos) apontava 13,20%, de 13,26% no ajuste da véspera.

O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (274.850 contratos) indicava 13,08%, de 13,24%. O DI para janeiro de 2021 (102.115 contratos) fechou com taxa de 12,49%, ante 12,70%.

As taxas de juros sofreram um ajuste técnico, após seis sessões seguidas de alta, influenciados pelo recuo do dólar e dos retornos dos Treasuries.

O rendimento dos títulos do EUA apagaram os ganhos vistos mais cedo e passaram a cair após a divulgação dos indicadores econômicos norte-americanos.

As vendas no varejo dos EUA caíram 0,8% em janeiro, no comparativo mensal, em resultado pior que o esperado pelos analistas, que aguardavam queda de 0,5%.

Já o valor dos estoques das empresas dos EUA subiu 0,1% entre novembro e dezembro, com um aumento de 0,5% nos estoques do varejo, segundo dados do Departamento do Comércio. A previsão de analistas apontava alta de 0,2%.

No mercado de trabalho, os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram para 304 mil na última semana, acima da previsão de 290 mil.

No câmbio, notícias provenientes da Rússia e da Grécia deixaram o ambiente mais calmo nos mercados internacionais, o que contribuiu para o recuo do dólar ante algumas moedas commodities e de países emergentes, como o real.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou hoje um cessar-fogo nos confrontos entre separatistas pró-Rússia e o governo da Ucrânia, que entrará em vigor a partir da meia-noite de Domingo.

Em relação à Grécia, apesar da reunião emergencial do Eurogrupo sobre a dívida grega não ter chegado a uma solução ontem, o Banco Central Europeu (BCE) aumentou a linha de assistência de liquidez de emergência, conhecida pela sigla ELA, para o país em cinco bilhões de euros, para 65 bilhões.

De volta ao âmbito doméstico, apesar do o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) ter ficado melhor que a mediana das estimativas em dezembro, os agentes continuam preocupados com a situação fiscal e da economia do Brasil.

O índice, considerado uma referência para o Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,55% em dezembro, na comparação com novembro, já descontados os efeitos sazonais.

Na avaliação da equipe de pesquisa do Bradesco, a queda do indicador em dezembro reforça a expectativa de uma contração no PIB do quarto trimestre calculado pelo IBGE.

O Wells Fargo, quarto maior banco dos Estados Unidos, disse que as denúncias de corrupção na Petrobras, o fraco nível de consumo e o baixo investimento podem ter "sérias consequências" na atividade econômica do Brasil este ano e possivelmente em 2016.

A Economist Intelligence Unit (EIU) afirmou que rebaixou a nota soberana de crédito do Brasil para BB, de BBB, e que o país perdeu o grau de investimento, de acordo com o modelo de avaliação da agência.

Em relatório vendido a clientes a partir do dia 23 de janeiro, a EIU ponderou que a política expansionista adotada em 2014, ano eleitoral, erodiu o equilíbrio fiscal do País, que registrou déficit primário de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nos doze meses até novembro.

Além disso, o aperto monetário adotado a partir de outubro elevou a proporção do pagamento de juros a 5,6% do PIB.

O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse hoje que o ajuste fiscal anunciado pelo governo é de "curto prazo". Segundo ele, o objetivo do ajuste é "equacionar as questões" para a construção de fundamentos sólidos na economia.

"A gente tem que dizer isso, deixar claro que esse é o nosso objetivo, nós não temos nenhum objetivo de recuar, de retirar direitos, muito antes pelo contrário, mesmo que eventualmente tenhamos que fazer determinadas correções em alguns benefícios que são direitos do povo brasileiro, dos trabalhadores", acrescentou.

"Precisamos deixar claro que isso não é um processo de longo prazo, é um ajuste de curto prazo", completou.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

Petrobras cai até 3% com reação ao plano de compra de 40% de campo de petróleo na Namíbia

Ações da Heineken caem após perda de quase US$ 1 bilhão na China

Ibovespa fecha em queda nesta segunda-feira puxado por Petrobras

Entenda por que o mercado ficará de olho no Banco Central do Japão nesta semana

Mais na Exame