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Juros futuros sobem sob influência de Tombini

Apesar de ter dito que a inflação tem mostrado resiliência, o presidente do BC omitiu previsões sobre a desaceleração dos preços em discurso

Bovespa: a taxa DI para janeiro do ano que vem encerrou a sessão marcando 7,91%, ante 7,85% no ajuste (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2013 às 17h58.

São Paulo - As taxas dos contratos futuros de juros reagiram nesta terça-feira ao que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou sobre a inflação - e ao que ele deixou de falar.

Em discurso em Varsóvia, na Polônia, Tombini voltou a dizer que a inflação tem mostrado resiliência nos últimos meses, mas suprimiu, de sua apresentação, a previsão de que a alta de preços deve desacelerar no segundo semestre de 2013. Semanas atrás, em Nova York, ele havia previsto desaceleração na segunda metade do ano.

Em reação, as taxas dos contratos futuros de juros, que chegaram a recuar mais cedo, se firmaram em alta, em meio à avaliação de que a Selic vai, de fato, ser elevada nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). No fim do dia, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 estava em 7,26%, ante 7,23% do ajuste de segunda-feira.

O DI para janeiro de 2014 marcava 7,91%, ante 7,85%, enquanto o contrato para janeiro de 2015 tinha taxa de 8,62%, ante 8,56%. Na ponta mais longa da curva a termo, a taxa para janeiro de 2017 estava em 9,30%, ante 9,24%, e o DI para janeiro de 2021 marcava 9,78%, ante 9,68%.

"Os juros abriram em queda, refletindo o leilão de títulos da Itália, que mostrou alta expressiva no custo do financiamento da dívida do país. Mas já na parte da manhã a CNI divulgou dados da indústria, com forte aumento da utilização da capacidade instalada, o que fez as taxas subirem", comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil. "Além disso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a falar de resiliência da inflação. O mercado entendeu que isso indica que o BC está mais inclinado a elevar os juros."


Pela manhã, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria brasileira ficou em 84,0% em janeiro, ante 82,9% em dezembro, com ajuste. Em janeiro de 2012, o Nuci havia ficado em 81,4%.

Tombini, por sua vez, reiterou em Varsóvia que a política de câmbio no Brasil é flutuante e disse que o Brasil tem capacidade de absorver choques internos e externos. No âmbito dos preços, destacou a inflação de alimentos e bebidas que, no período de 12 meses encerrado em fevereiro, acumulava alta de 12,5%. Tombini disse ainda que a inflação de serviços no período é de 8,7%. O presidente do BC reconheceu a resiliência da alta de preços no Brasil e, segundo ele, isso ocorre porque a "inflação de serviços tem caído de forma muito, muito lenta nos últimos meses".

"Tombini preparou o terreno para a ata de quinta-feira", afirmou Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos. "E eu espero que a ata venha bem forte." Para Petrassi, o presidente do BC vem, nos últimos tempos, preparando o mercado para a alta da Selic, o que deve se confirmar a partir de abril.

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São Paulo - As taxas dos contratos futuros de juros reagiram nesta terça-feira ao que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falou sobre a inflação - e ao que ele deixou de falar.

Em discurso em Varsóvia, na Polônia, Tombini voltou a dizer que a inflação tem mostrado resiliência nos últimos meses, mas suprimiu, de sua apresentação, a previsão de que a alta de preços deve desacelerar no segundo semestre de 2013. Semanas atrás, em Nova York, ele havia previsto desaceleração na segunda metade do ano.

Em reação, as taxas dos contratos futuros de juros, que chegaram a recuar mais cedo, se firmaram em alta, em meio à avaliação de que a Selic vai, de fato, ser elevada nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). No fim do dia, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em julho de 2013 estava em 7,26%, ante 7,23% do ajuste de segunda-feira.

O DI para janeiro de 2014 marcava 7,91%, ante 7,85%, enquanto o contrato para janeiro de 2015 tinha taxa de 8,62%, ante 8,56%. Na ponta mais longa da curva a termo, a taxa para janeiro de 2017 estava em 9,30%, ante 9,24%, e o DI para janeiro de 2021 marcava 9,78%, ante 9,68%.

"Os juros abriram em queda, refletindo o leilão de títulos da Itália, que mostrou alta expressiva no custo do financiamento da dívida do país. Mas já na parte da manhã a CNI divulgou dados da indústria, com forte aumento da utilização da capacidade instalada, o que fez as taxas subirem", comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil. "Além disso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a falar de resiliência da inflação. O mercado entendeu que isso indica que o BC está mais inclinado a elevar os juros."


Pela manhã, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria brasileira ficou em 84,0% em janeiro, ante 82,9% em dezembro, com ajuste. Em janeiro de 2012, o Nuci havia ficado em 81,4%.

Tombini, por sua vez, reiterou em Varsóvia que a política de câmbio no Brasil é flutuante e disse que o Brasil tem capacidade de absorver choques internos e externos. No âmbito dos preços, destacou a inflação de alimentos e bebidas que, no período de 12 meses encerrado em fevereiro, acumulava alta de 12,5%. Tombini disse ainda que a inflação de serviços no período é de 8,7%. O presidente do BC reconheceu a resiliência da alta de preços no Brasil e, segundo ele, isso ocorre porque a "inflação de serviços tem caído de forma muito, muito lenta nos últimos meses".

"Tombini preparou o terreno para a ata de quinta-feira", afirmou Paulo Petrassi, gerente de renda fixa da Leme Investimentos. "E eu espero que a ata venha bem forte." Para Petrassi, o presidente do BC vem, nos últimos tempos, preparando o mercado para a alta da Selic, o que deve se confirmar a partir de abril.

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