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Juros futuros aceleram no fim e terminam em alta

Tombini afirmou que o crescimento brasileiro tem se materializado de forma gradual e que a trajetória de convergência da inflação começou neste segundo semestre


	Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (195.825 contratos) marcava 8,91%, de 8,90% no ajuste anterior
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (195.825 contratos) marcava 8,91%, de 8,90% no ajuste anterior (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 17h08.

São Paulo - As taxas futuras de juros contrariaram a lógica sugerida por inflação e atividade mais fracos e registraram alta nesta terça-feira. Além de pronunciamentos de diretores do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), sugerindo a redução dos estímulos à economia norte-americana no curto prazo, operadores afirmaram que a possível flexibilização nas regras de alongamento dos prazos dos investimentos das carteiras dos fundos de previdência aberta incentivou a compra de taxas.

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, por sua vez, afirmou que o crescimento brasileiro tem se materializado de forma gradual e que a trajetória de convergência da inflação começou neste segundo semestre.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (195.825 contratos) marcava 8,91%, de 8,90% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (365.440 contratos) indicava taxa de 9,71%, de 9,69% na véspera. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (145.470 contratos) apontava 10,85%, ante 10,80% na véspera. O DI para janeiro de 2021 (7.355 contratos) estava em 11,22%, de 11,12% no ajuste anterior.

"As declarações de dirigentes do Fed garantiram alguma pressão adicional sobre as taxas", afirmou um operador. "Além disso, a possibilidade de flexibilização de regras para os fundos de previdência aberta também chamou compra de taxas", completou.

Nos EUA, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, que tem direito a voto no Fomc (sigla em inglês para Comitê de Política Monetária), afirmou não descartar um início da redução dos estímulos em setembro, acrescentando que a decisão sobre a diminuição de compras de bônus também incluirá o ambiente inflacionário. Mais cedo, o dirigente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, disse que o banco central dos EUA pode começar a reduzir seu programa de estímulos já em setembro. Em meio a isso, os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) subiam levemente.

Os demais dados internos sugeriam recuo dos juros futuros. Pela manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o IGP-DI desacelerou a alta para 0,14% em julho, após subir 0,76% em junho.

O resultado ficou abaixo da mediana projetada, de 0,20%, de acordo com levantamento AE Projeções. Pelo lado da atividade, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou que a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus recuou 2,7% na comparação com junho, mas avançou de 3,7% ante julho de 2012.

Para Tombini, presidente do BC, "a percepção da economia é mais pessimista do que a realidade". Em palestra para empresários em São Paulo, ele disse que "a trajetória positiva para o investimento depende do fortalecimento da confiança dos empresários e famílias". As informações foram passadas pela assessoria de imprensa do BC.

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