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Juros: DI despenca com aumento das apostas em corte da Selic

O receio de desaceleração global foi o fator principal para a derrubada os preços das commodities

Sede do Banco Central: os juros futuros acentuaram a queda ontem após indicador divulgado pelo BC mostrar que a economia contraiu mais que o esperado
DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 12h40.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros acentuam a queda registrada nos dois últimos dias. O receio de desaceleração global derruba os preços das commodities e estimula apostas em corte da taxa básica no Brasil.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2013, o mais negociado hoje, caía 22 pontos-base, para 11,53 por cento, às 11:26, sua terceira queda seguida. Na mínima até o horário, a baixa foi de 25 pontos, maior perda intraday em oito dias.

O Banco Central deve reduzir a taxa Selic entre o quarto trimestre deste ano e os primeiros três meses de 2012, disse Carlos Kawall, chefe do departamento econômico do banco J. Safra SA.

“Vamos revisar o nosso cenário e provavelmente vamos incorporar um corte dos juros”, disse Kawall em entrevista hoje por telefone.
No exterior, as commodities e as ações caem com preocupações sobre o crescimento da economia mundial após o Morgan Stanley rebaixar sua previsão para a expansão global. A instituição cortou sua expectativa de 4,2 por cento para 3,9 por cento neste ano. Já o Deutsche Bank AG disse que a China deve crescer menos de 9 por cento em 2011 e 2012.

Dado divulgado hoje nos Estados Unidos mostrou que os pedidos de seguro-desemprego subiram mais que o esperado para 408.000 na semana passada, sinalizando que o mercado de trabalho enfrenta dificuldades. Outros relatórios mostraram que a atividade na região da Filadélfia em agosto e as revendas de casas nos EUA em julho caíram inesperadamente.

Mundo desacelerando

“O mundo está se desacelerando”, disse Marina Santos, economista da Squanto Investimentos, que administra cerca de US$ 250 milhões, em entrevista por telefone de São Paulo. Segundo ela, o cenário externo e a desaceleração da economia brasileira aumentam a probabilidade de o BC reverter a alta dos juros iniciada em janeiro. “A consequência disso é a possibilidade de corte dos juros no começo de 2012 ou até mesmo antes disso”, disse a economista.

Os juros futuros acentuaram a queda ontem nos contratos mais longos após indicador divulgado pelo BC mostrar que a economia contraiu mais que o esperado em junho. O índice de atividade econômica IBC-BR caiu 0,26 por cento em junho sobre o mês anterior. Em maio, o dado revisado mostrou crescimento de 0,05 por cento. A contração foi maior que a previsão mediana de 10 analistas consultados pela Bloomberg, que indicava recuo de 0,05 por cento.

Kawall, do J. Safra, disse que o cenário externo está “bastante difícil” e que o IBC-Br divulgado ontem pelo BC mostrou que há sinais concretos de desaceleração econômica no Brasil.

Segundo ele, aumentou a convicção em um alívio monetário no Brasil e alguns investidores estão apostando em corte da Selic já na próxima reunião do Copom.

“Alguns estão colocando fichas em corte agora, embora sem convicção”, disse Kawall.

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São Paulo - Os juros nos mercados futuros acentuam a queda registrada nos dois últimos dias. O receio de desaceleração global derruba os preços das commodities e estimula apostas em corte da taxa básica no Brasil.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2013, o mais negociado hoje, caía 22 pontos-base, para 11,53 por cento, às 11:26, sua terceira queda seguida. Na mínima até o horário, a baixa foi de 25 pontos, maior perda intraday em oito dias.

O Banco Central deve reduzir a taxa Selic entre o quarto trimestre deste ano e os primeiros três meses de 2012, disse Carlos Kawall, chefe do departamento econômico do banco J. Safra SA.

“Vamos revisar o nosso cenário e provavelmente vamos incorporar um corte dos juros”, disse Kawall em entrevista hoje por telefone.
No exterior, as commodities e as ações caem com preocupações sobre o crescimento da economia mundial após o Morgan Stanley rebaixar sua previsão para a expansão global. A instituição cortou sua expectativa de 4,2 por cento para 3,9 por cento neste ano. Já o Deutsche Bank AG disse que a China deve crescer menos de 9 por cento em 2011 e 2012.

Dado divulgado hoje nos Estados Unidos mostrou que os pedidos de seguro-desemprego subiram mais que o esperado para 408.000 na semana passada, sinalizando que o mercado de trabalho enfrenta dificuldades. Outros relatórios mostraram que a atividade na região da Filadélfia em agosto e as revendas de casas nos EUA em julho caíram inesperadamente.

Mundo desacelerando

“O mundo está se desacelerando”, disse Marina Santos, economista da Squanto Investimentos, que administra cerca de US$ 250 milhões, em entrevista por telefone de São Paulo. Segundo ela, o cenário externo e a desaceleração da economia brasileira aumentam a probabilidade de o BC reverter a alta dos juros iniciada em janeiro. “A consequência disso é a possibilidade de corte dos juros no começo de 2012 ou até mesmo antes disso”, disse a economista.

Os juros futuros acentuaram a queda ontem nos contratos mais longos após indicador divulgado pelo BC mostrar que a economia contraiu mais que o esperado em junho. O índice de atividade econômica IBC-BR caiu 0,26 por cento em junho sobre o mês anterior. Em maio, o dado revisado mostrou crescimento de 0,05 por cento. A contração foi maior que a previsão mediana de 10 analistas consultados pela Bloomberg, que indicava recuo de 0,05 por cento.

Kawall, do J. Safra, disse que o cenário externo está “bastante difícil” e que o IBC-Br divulgado ontem pelo BC mostrou que há sinais concretos de desaceleração econômica no Brasil.

Segundo ele, aumentou a convicção em um alívio monetário no Brasil e alguns investidores estão apostando em corte da Selic já na próxima reunião do Copom.

“Alguns estão colocando fichas em corte agora, embora sem convicção”, disse Kawall.

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