Exame Logo

Juros curtos terminam quase estáveis, apesar de IPCA-15

As taxas longas passaram por certa pressão de baixa no dia, em função do exterior, mas não se distanciaram dos ajustes da véspera

O arrefecimento da inflação, embora alguns profissionais do mercado questionem sua continuidade, contribuiu para certo movimento de baixa nas taxas de juros (Alexandre Battibugli/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 17h16.

São Paulo - A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em julho incentivou a queda das taxas futuras de juros pela manhã, em especial dos vencimentos mais curtos.

O movimento, entretanto, foi brando e os contratos encerraram perto da estabilidade nesta sexta-feira, 19. O mercado continua a projetar outra dose de alta de 0,5 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim de agosto. As taxas longas passaram por certa pressão de baixa no dia, em função do exterior, mas também não se distanciaram dos ajustes da véspera.

Ao término da sessão regular da BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (87.135 contratos negociados) estava em 8,42%, igual ao ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (211.450 contratos) marcava 8,74%, ante 8,75% de quinta-feira. O vencimento para janeiro de 2015 (205.435 contratos) indicava taxa de 9,35%, ante 9,33%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (141.455 contratos) apontava 10,37%, ante 10,41%, enquanto o DI para janeiro de 2023 (9.510 contratos) estava em 10,86%, de 10,88% na véspera.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 registrou inflação de 0,07% em julho, abaixo da taxa de 0,38% de junho. O resultado ficou abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,09%, e dentro do intervalo de previsões (de 0,02% a 0,24%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,52% e, em 12 meses, a variação é de 6,40%.


O arrefecimento da inflação, embora alguns profissionais do mercado questionem sua continuidade, contribuiu para certo movimento de baixa nas taxas de juros. "Quando saiu o IPCA-15, houve queda, mas depois as taxas voltaram", disse um profissional da área de renda fixa. "Se a ata do Copom, divulgada ontem, não fosse tão direta, o movimento gerado pelo IPCA-15 poderia até ser maior. Mas o documento foi claro no sentido de que, na próxima reunião, o Copom elevará a Selic em 0,50 ponto porcentual", acrescentou. Atualmente, a taxa básica de juros está em 8,50% ao ano.

Os dados divulgados mais cedo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) fortaleceram a ideia de baixa dos juros. Em junho, conforme a entidade, a produção industrial caiu para 46 pontos, ante 51,1 pontos de maio.

O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, afirmou que o mercado abriu o dia "animado" com o IPCA-15, mas notícias veiculadas na imprensa contrabalançaram o viés de baixa. "A notícia de que o governo pode rever o superávit primário do setor público, atualmente de 2,3% do PIB, segurou um pouco as taxas", comentou.

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do WestLB Brasil, o efeito do IPCA-15 foi mitigado pela alta do dólar ante o real, em um movimento verificado também em outras praças da América Latina.

Na ponta longa da curva a termo, a tendência de queda das taxas era dada pelo exterior, onde os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) registravam perdas consistentes. Porém, o movimento no Brasil era contido e as taxas longas não se afastaram muito dos patamares anteriores.

Veja também

São Paulo - A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em julho incentivou a queda das taxas futuras de juros pela manhã, em especial dos vencimentos mais curtos.

O movimento, entretanto, foi brando e os contratos encerraram perto da estabilidade nesta sexta-feira, 19. O mercado continua a projetar outra dose de alta de 0,5 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim de agosto. As taxas longas passaram por certa pressão de baixa no dia, em função do exterior, mas também não se distanciaram dos ajustes da véspera.

Ao término da sessão regular da BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (87.135 contratos negociados) estava em 8,42%, igual ao ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (211.450 contratos) marcava 8,74%, ante 8,75% de quinta-feira. O vencimento para janeiro de 2015 (205.435 contratos) indicava taxa de 9,35%, ante 9,33%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (141.455 contratos) apontava 10,37%, ante 10,41%, enquanto o DI para janeiro de 2023 (9.510 contratos) estava em 10,86%, de 10,88% na véspera.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 registrou inflação de 0,07% em julho, abaixo da taxa de 0,38% de junho. O resultado ficou abaixo da mediana projetada pelo mercado, de 0,09%, e dentro do intervalo de previsões (de 0,02% a 0,24%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,52% e, em 12 meses, a variação é de 6,40%.


O arrefecimento da inflação, embora alguns profissionais do mercado questionem sua continuidade, contribuiu para certo movimento de baixa nas taxas de juros. "Quando saiu o IPCA-15, houve queda, mas depois as taxas voltaram", disse um profissional da área de renda fixa. "Se a ata do Copom, divulgada ontem, não fosse tão direta, o movimento gerado pelo IPCA-15 poderia até ser maior. Mas o documento foi claro no sentido de que, na próxima reunião, o Copom elevará a Selic em 0,50 ponto porcentual", acrescentou. Atualmente, a taxa básica de juros está em 8,50% ao ano.

Os dados divulgados mais cedo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) fortaleceram a ideia de baixa dos juros. Em junho, conforme a entidade, a produção industrial caiu para 46 pontos, ante 51,1 pontos de maio.

O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, afirmou que o mercado abriu o dia "animado" com o IPCA-15, mas notícias veiculadas na imprensa contrabalançaram o viés de baixa. "A notícia de que o governo pode rever o superávit primário do setor público, atualmente de 2,3% do PIB, segurou um pouco as taxas", comentou.

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do WestLB Brasil, o efeito do IPCA-15 foi mitigado pela alta do dólar ante o real, em um movimento verificado também em outras praças da América Latina.

Na ponta longa da curva a termo, a tendência de queda das taxas era dada pelo exterior, onde os juros dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) registravam perdas consistentes. Porém, o movimento no Brasil era contido e as taxas longas não se afastaram muito dos patamares anteriores.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAJurosTaxas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame