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Juro indica chance de corte da Selic acima de 0,5pp

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 estava em 9,15%, ante 9,23% no ajuste

Na abertura, o Ibovespa cede 0,20%, aos 59.683,39 pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Na abertura, o Ibovespa cede 0,20%, aos 59.683,39 pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 17h15.

São Paulo - Os investidores em juros futuros continuam dando tração às apostas em um corte de maior magnitude da taxa Selic na reunião do Copom, nos dias 6 e 7 de março. Embora tal movimento não seja majoritário, pode ganhar espaço nos próximos dias com a aproximação do encontro de política monetária.

As declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente Dilma Rousseff, hoje, em relação ao aumento da liquidez internacional, e a própria elevação do IOF para empréstimos externos - combinação vista como reação à operação de liquidez de longo prazo (LTRO) do Banco Central Europeu (BCE) - abriram espaço para que os agentes de mercado passassem a forçar mais a queda das taxas nos prazos mais curtos, com expectativa de que o BC possa fazer cortes mais intensos da Selic para contribuir no esforço de evitar valorização adicional da moeda brasileira.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (240.515 contratos) estava em 9,15%, ante 9,23% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (212.960 contratos) recuava para 9,68%, de 9,73% na véspera. O DI janeiro de 2017, com giro de 24.210 contratos, marcava 10,83%, de 10,82% ontem, e o DI janeiro de 2021 (15.305 contratos) indicava máxima de 11,26%, de 11,22%.

Nesta manhã, embora Mantega tenha tornado a dizer que não há patamar ideal para o câmbio, ao comentar as mudanças relacionadas ao IOF declarou: "o que sabemos é que câmbio a R$ 1,50 ou R$ 1,60 é ruim para a economia brasileira, é ruim para a indústria e para as exportações. É claro que R$ 1,80 é melhor que R$ 1,50". Isso levou o mercado a entender que o governo estaria disposto a aceitar um pouco mais de inflação em troca de um dólar mais apreciado.

A ampliação para três anos da alíquota do IOF de 6% cobrada sobre os empréstimos externos está sendo entendida no mercado como uma demonstração do governo sobre as ferramentas que tem disponível para combater a apreciação do real. Dentro da artilharia disponível, participantes do mercado de juro acreditam que um dos petardos contra apreciação do real poderia muito bem vir de queda adicional do juro.

No mercado externo, não houve evento de crédito na reestruturação da Grécia. Essa foi a decisão da Associação Internacional de Swaps e Derivativos (ISDA) e, por isso, os pagamentos dos swaps de default de crédito (CDS) da dívida soberana da Grécia não serão acionados. Agências notícias indicam que a União Europeia votará sobre a liberação dos recursos no dia 9. Hoje, porém,o Eurogrupo já autorizou que a EFSF libere financiamento de 35 bilhões de euros para ajudar a Grécia na recompra de títulos.

Nos EUA, os dados vieram mistos. No mercado de trabalho, continua mantida a tendência de queda dos pedidos de auxílio-desemprego no país (-2 mil, ante projeção de +4 mil). Decepcionou o avanço de 0,2% dos gastos dos consumidores em janeiro ante o mês anterior, abaixo do esperado (+0,3%).

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