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Juro de bônus italiano supera 7%, percentual de risco

O percentual de 7,182% superou o nível que obrigou a Irlanda, a Grécia e Portugal a pedir o resgate econômico às autoridades europeias

A incerteza sobre o futuro da Itália, onde ainda não sabe se após a saída de Berlusconi será convocada eleição geral antecipada, também afeta a Bolsa de Valores de Milão (David Ramos/Getty Images)

A incerteza sobre o futuro da Itália, onde ainda não sabe se após a saída de Berlusconi será convocada eleição geral antecipada, também afeta a Bolsa de Valores de Milão (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 10h18.

Roma - O juro dos bônus italianos para dez anos atingiu nesta quarta-feira 7,182%, superando o nível de 7% que obrigou a Irlanda, a Grécia e Portugal a pedir o resgate econômico às autoridades europeias.

O prêmio de risco italiano, medido a partir do diferencial entre o bônus nacional para dez anos e o alemão de mesmo prazo, chegou nesta quarta às 8h28 (de Brasília) aos 546,2 pontos básicos, recorde histórico na Itália desde a criação do euro, após o anúncio da renúncia do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.

Por meio de um teste de estresse, o Banco da Itália garantiu na semana passada que tem condições de enfrentar uma dívida pública com juros de até 8% durante os próximos dois anos e com a economia estagnada.

Nos últimos dias, a possibilidade de Berlusconi renunciar havia dado confiança ao pregão milanês, que operou em alta e ao mesmo tempo aliviado pela pressão sobre o prêmio de risco.

Nesta quarta, no entanto, a desconfiança voltou a contaminar os indicadores financeiros, que não pararam de subir desde a abertura dos mercados às 9h (6h de Brasília).

A incerteza sobre o futuro da Itália, onde ainda não sabe se após a saída de Berlusconi do poder será convocada eleição geral antecipada ou se assume um Governo interino, também afeta a Bolsa de Valores de Milão, que caia 4,28%.

Os 40 títulos que formam o pregão milanês registravam perdas, muitos deles chegaram a ser suspensos pelo excesso de baixa, entre estes o segundo banco do país, Intesa Sanpaolo, e a montadora Fiat.

As maiores baixas atingem a Lottomatica (loteria estatal) (-13%) e as empresas ligadas à família Berlusconi, a Mediaset (-9,65%) e a Mediolanum (-2,75%). 

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