JBS afunda 5% com realização e notícia sobre venda de fatia do BNDES
Segundo informações do Valor, o BNDES avalia se desfazer de sua participação na empresa nos próximos meses
Paula Barra
Publicado em 28 de abril de 2021 às 14h54.
Última atualização em 28 de abril de 2021 às 14h58.
As ações da JBS (JBSS3) caem 5,11% nesta quarta-feira, 28, e lideram as perdas do Ibovespa, em movimento de realização de lucros e notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara venda de sua participação na empresa, segundo informações do Valor.
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A operação volta para a mira do banco em um momento que a ação da JBS está da máxima histórica, alcançada na última sexta-feira, quando baterem o patamar dos 35,00 reais. No ano, os papéis acumulam ganhos de 35%, contra alta de 1,4% do índice.
Ao Valor, o diretor de privatizações do BNDES, Leonardo Cabral, disse que, entre as vendas que estão no radar do banco para os próximos meses, uma delas pode ser a do frigorífico. Atualmente, o banco possui 23,16% da empresa, segundo dados da B3.
Da meta da instituição de se desfazer de 90 bilhões de reais de sua carteira de participações entre 2020 e 2022, o banco ainda tem 25 bilhões de reais a serem vendidos até o fim do ano que vem.
Segundo o analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, a queda das ações da JBS vem de uma combinação de movimento de realização de lucros do setor na Bolsa e essa possibilidade de venda.
"Os frigoríficos vinham de uma sequência muito forte de alta e tinham espaço para realização de lucros", disse.
Além disso, ele comenta que essa notícia sobre o BNDES pesa. "Essa possibilidade de venda ocorre com a ação próxima da máxima histórica e a fatia do BNDES é muito grande. Portanto, quando há uma sinalização nesse sentido, a tendência é que haja uma pressão grande no papel”, comentou.
Os demais papéis do setor também caem nesta sessão: Marfrig (MRFG3), BRF (BFRS3) e Minerva (BEEF3) recuavam no mesmo horário 3,90%, 1,77% e 1,37%, respectivamente.
No ano, BRF é a única que apresenta queda de 2,3%, enquanto Marfrig e Minerva têm valorizações de 33,4% e 33,43%, nesta ordem.