Mercados

JPMorgan rejeita cenário pessimista para o Brasil

"O pêndulo do sentimento oscilou longe demais", disse em entrevista Robert Klein, presidente do fundo de gestão de ativos


	Nas últimas semanas, as ações, bônus e moeda do Brasil enfrentaram um forte movimento de vendas, em meio à perspectiva desanimadora de crescimento e a inflação persistente
 (Marcos Santos/usp imagens)

Nas últimas semanas, as ações, bônus e moeda do Brasil enfrentaram um forte movimento de vendas, em meio à perspectiva desanimadora de crescimento e a inflação persistente (Marcos Santos/usp imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2013 às 16h57.

São Paulo - Os investidores estão muito pessimistas em relação ao Brasil mas, embora seu desempenho econômico tenha desapontado, ainda há muitas oportunidades para se ganhar dinheiro no país, segundo o JPMorgan Alternative Asset Management.

"O pêndulo do sentimento oscilou longe demais", disse em entrevista Robert Klein, presidente do fundo de gestão de ativos. "Num mundo com crescimento de 3% a 3,5%, ainda há oportunidades interessantes para o Brasil."

Em relatório publicado com seu braço brasileiro de gestão de ativos, a Gávea Investimentos, o JPMorgan afirma que consumidores ainda "em boa forma", avaliações de ativos mais razoáveis e uma geografia vasta e diversificada são algumas das vantagens do Brasil.

Nas últimas semanas, as ações, bônus e moeda do Brasil enfrentaram um forte movimento de vendas, em meio à perspectiva desanimadora de crescimento e a inflação persistente. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,9% e a expectativa de recuperação para este ano está perdendo força, com as projeções sugerindo expansão de apenas 2,5%. A taxa anual de inflação está em 6,5%.

Além disso, o governo da presidente Dilma Rousseff foi fortemente criticado no ano passado pela forte interferência em vários segmentos econômicos, em especial pela forma onerosa que renegociou as concessões do setor elétrico.

No exterior, a desaceleração da China pesou no sentimento, visto que o gigante asiático é um grande consumidor de commodities brasileiras. E a melhora da perspectiva dos EUA faz com que muitos temam que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, comece a desfazer sua política de estímulos, que tem sustentado os mercados emergentes.

"O Brasil e a América Latina de forma geral não deverão ver uma repetição de um boom de commodities liderada pela China, que no passado criou um ambiente favorável para o crescimento, o acúmulo de reservas, redução da dívida e desinflação", afirmou o fundo no relatório.

O JPMorgan "continua bem otimista" em relação aos consumidores brasileiros, que se beneficiaram com o aumento do emprego e dos salários. Enquanto muitos economistas se preocupam com o fato de os consumidores terem se endividado muito, o fundo não acha que seja esse o caso.

"Estamos vendo criação de riquezas", disse Chris Meyn, sócio na Gávea Investimentos, que é controlado pelo JPMorgan. "A classe média é robusta e há crédito." Diante disso, a Gávea tem uma visão positiva de empresas expostas a consumidores, em especial de setores como vestuário e cosméticos, comentou Meyn.

O JPMorgan Asset Management administra US$ 1,5 trilhão em ativos globais. Apenas no Brasil, o número é de US$ 15,7 bilhões, com a Gávea se responsabilizando por US$ 7 bilhões.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoeconomia-brasileiraEmpresasEmpresas americanasInvestimentos de empresasJPMorgan

Mais de Mercados

Ex-presidente da Nissan, brasileiro Carlos Ghosn diz que fusão com Honda “não faz sentido”

Prosus compra a Decolar por US$ 1,7 bilhão e empresa sairá da bolsa de Nova York

Ibovespa recua com piora das previsões para economia; dólar volta a acelerar

Airbnb lida com regulamentações de aluguel para expandir operação em diversos continentes