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IRB Brasil dispara mais de 7% após concluir auditoria sobre caso Buffett

Auditoria interna identificou irregularidades de R$ 60 milhões em pagamentos para ex-diretor e funcionários

IRB: ações da companhia lideram as maiores perdas do ano, entre os componentes do Ibovespa (Divulgação/Divulgação)

IRB: ações da companhia lideram as maiores perdas do ano, entre os componentes do Ibovespa (Divulgação/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de junho de 2020 às 11h03.

Última atualização em 26 de junho de 2020 às 15h24.

As ações da companhia de resseguros IRB Brasil chegaram a subir 7,7%, nesta sexta-feira, 26, após a empresa informar, em fato relevante, que a auditoria interna realizada pela KPMG e Felsberg Advogados concluídas. Às 10h55, os papéis da empresa subiam 5,6% e lideravam as altas do Ibovespa, principal índice de ações, que recuava 0,63%

De acordo com a empresa, a investigação apontou para a existência de irregularidades no pagamento de supostos bônus a ex-diretor e outros colaboradores do IRB e suas controladas. O montante é equivalente a cerca de 60.000.000 de reais.

Além disso, a auditoria detectou que, em fevereiro e março deste ano, as operações de recompra de ações ultrapassaram o limite autorizado pelo Conselho de Administração em 2.850.000 ações.

Também foram identificados os responsáveis por disseminar informações falsas sobre a participação acionária da Berkshire Hathaway, gestora do megainvestidor Warren Buffett, na empresa. Em fevereiro, as ações da companhia chegaram a subir 6,66%, após o jornal O Estado de S. Paulo noticiar que a Berkshire Hathaway havia triplicado a posição na companhia, aproveitando a baixa dos papéis.

Apesar das ações do IRB terem se valorizado, analistas da Guide consideraram negativas as informações reveladas pela companhia.

“A investigação interna demonstra que o processo de compliance da empresa foi completamente ineficiente e, por mais que os responsáveis tenham sido identificados, o investidor foi lesado através de divulgações de informações inverídicas a respeito da empresa, pagamentos de bônus irregulares e recompras de ações acima da quantidade autorizada”, afirmaram em relatório.

A opinião é diferente da de Victor Hasegawa, gestor da Infinity Asset, que considera a investigação como algo positivo para a empresa. “Mostra que a gestão atual está fazendo uma limpeza, tirando os problemas que existiam. Ao meu ver, o preço da ações tende a refletir o negócio em si e não mais o medo sobre o que a gerência está fazendo com a empresa”, afirmou.

O IRB vem tendo que lidar com diversas polêmicas desde a gestora fluminense Squadra alegar supostas inadequações em demonstrações financeiras da companhia.  No ano, as ações da companhia têm o pior desempenho entre os ativos que compõem o Ibovespa, acumulando desvalorização de cerca de 70%. No entanto, no mês, a alta dos papéis é superior a 50%.

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