IPO do Carrefour é a prova que Brasil é forte, diz Abilio
IPO movimentou 5,1 bilhões de reais, representando a maior abertura de capital na Bolsa brasileira desde 2013
Rita Azevedo
Publicado em 20 de julho de 2017 às 15h30.
Última atualização em 20 de julho de 2017 às 18h10.
São Paulo - O Carrefour estreou na bolsa brasileira nesta quinta-feira com o maior IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) dos últimos quatro anos, movimentando mais de 5 bilhões de reais.
O grupo varejista levou para o prédio da B3 as prateleiras, os carrinhos e alguns produtos de seus supermercados para marcar o que, segundo o empresário Abilio Diniz , marca um momento de transformação da empresa.
"Não vamos fazer mais do mesmo. É impossível fazer mais do mesmo e esperar que dê certo", disse Abilio, que comandou por anos o concorrente Pão de Açúcar é hoje é o terceiro maior acionista do Carrefour, além de membro do conselho de administração.
Abilio disse que sempre admirou o grupo e que está satisfeito de fazer parte da abertura de capital da empresa. "Colocamos toda a nossa força", disse ele.
Para o empresário, a operação também demonstra a força do Brasil, independentemente das incertezas políticas que rondam o país.
"Esse IPO é a prova de que o Brasil é mais forte", disse ele. "Nós precisamos acreditar mais no país. Se gente de fora acredita nele, por que nós ainda temos dúvidas?."
Pregão
Se o otimismo rondava a cerimônia, o mesmo não acontecia com os investidores. Por volta das 15h, os papéis caíam 0,40%, a 14,97 reais. No dia, chegaram a recuar por volta de 4%. No final do dia, a queda registrada foi de 0,67%, sendo negociado em 14,90 reais.
A recepção morna reflete a preocupação do mercado com o futuro da empresa, que compete de forma acirrada com o GPA.
"Enquanto não saírem os dados separados das operações no Brasil, os investidores ficarão arbitrando com GPA e outras varejistas", disse o analista da corretora Lerosa Investimentos Vitor Suzaki à agência Reuters.
IPO
A operação movimentou, no total, 5.125 bilhões de reais, incluindo a venda de novas ações emitidas pela empresa e uma parte dos papéis que estavam na mão de sócios.
A maior parte dos investidores que participou da aquisição é brasileira e norte-americana. Os dois grupos concentraram aproximadamente 90% das compras. Os 10% restantes foram divididos entre investidores de Ásia e Europa, segundo apurou a Agência Estado.
Os recursos obtidos com o IPO serão usados pela companhia para reduzir a dívida com a sua controladora francesa e para capital de giro.