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IPO do BTG recebe aval do mercado com queda em títulos

Empresa vai vender ações novas e já existentes em uma oferta pública enquanto Esteves, mais jovem bilionário brasileiro, tenta expandir as atividades do banco no país

O BTG protocolou na CVM em 1º de março um pedido para fazer uma oferta de ações ordinárias e preferenciais que serão listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 06h20.

Nova York/São Paulo - Os custos de captação do Banco BTG Pactual SA estão caindo a níveis recordes. O banco do bilionário André Esteves prepara sua abertura de capital, depois de fazer aquisições de US $ 1,5 bilhão nos últimos cinco meses.

As taxas dos títulos do BTG em dólar com vencimento em 2016 caíram 48 pontos-base desde que foram emitidos em junho, para 4,57 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A taxa média para os títulos de bancos da América Latina caiu 30 pontos-base no mesmo período, para 5,29 por cento, segundo dados do Credit Suisse Group AG. Títulos do Itaú Unibanco Holding SA, maior banco do País em valor de mercado, com vencimento em 2020 pagam taxa de 5,19 por cento.

O BTG vai vender ações novas e já existentes em uma oferta pública enquanto Esteves, mais jovem bilionário brasileiro, tenta expandir as atividades do banco no país. O banco de mais rápido crescimento em ativos entre os 11 maiores do Brasil reduziu a desvantagem em relação ao concorrente mais próximo, a subsidiária brasileira do Citigroup Inc., de R$ 10,2 bilhões para R$ 2,8 bilhões nos 12 meses até setembro de 2011, de acordo com dados do Banco Central.

“É uma história de sucesso e enquanto se mantiver como uma história de sucesso, as pessoas vão continuar a acompanhar”, disse Klaus Spielkamp, operador de renda fixa da Bulltick Capital Markets, em entrevista por telefone de Miami. “Eu não me preocuparia com o crescimento através de aquisições. Todas fizeram sentido. Eles buscam novas oportunidades de negócios e essa é uma boa idéia.”

Continuar expandindo

Os títulos do BTG pagam 261 pontos-base a mais do que os papéis do governo com vencimento em 2017, comparado a uma diferença de 271 pontos há um mês, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A nota de crédito do banco, Baa3 na escala da Moody’s Investors Service, é a menor na escala de grau de investimento e está um nível dabixo da classificação do País. Na escala da Fitch, a classificação BBB- do banco é dois níveis menor que a das notas do Itaú e do Banco Bradesco SA, que é o segundo maior do País por valor de mercado.

O BTG protocolou na Comissão de Valores Mobiliários em 1º de março um pedido para fazer uma oferta de ações ordinárias e preferenciais que serão listadas na Bolsa de Valores de São Paulo. O banco, que não revelou quantas ações pretende vender nem quando, disse que planeja usar os recursos da abertura de capital para continuar expandindo seus negócios e melhorar sua estrutura de financiamento.

Em nota enviada por e-mail, o BTG não quis fazer comentários.

Esteves, 43 anos, tornou-se bilionário quando vendeu o Banco Pactual SA para o UBS AG em 2006. Ele recomprou o banco por US$ 2,5 bilhões em 2009 e uniu a operação à instituição que havia fundado em 2008, formando o BTG Pactual. No ano passado, o banco comprou participações em empreendimentos como farmácias, hospitais e operadoras de estacionamento para aproveitar a expansão da economia.


Compra da Celfin

No mês passado, o BTG acertou a compra da corretora chilena Celfin Capital SA por US$ 245 milhões em dinheiro e 2,4 por cento de ações do BTG. Foi a quinta aquisição desde outubro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Para Brigitte Posch, gestora de carteira de mercados emergentes da Pacific Investment Management Co., que supervisiona mais de US$ 1 trilhão em ativos em todo o mundo, a venda de ações pode impulsionar ganhos adicionais para os títulos do BTG.

“Ações aumentam a capacidade, a facilidade de levantar capital, se necessário, e assim permitem a potencial valorização dos bônus”, Brigitte disse em resposta por e-mail.

Em fevereiro de 2011, o BTG anunciou que pagaria R$ 450 milhões por 51 por cento do capital votante do Banco Panamericano SA, resgatado em novembro de 2010 após acusações de fraude contábil. O investimento no Panamericano, sediado em São Paulo, criou para Esteves uma parceria com a Caixa Econômica Federal, líder em financiamento imobiliário no Brasil.

‘Escala diferente’

Maria Rita Gonçalves, analista da Fitch, disse que ainda que as aquisições ajudem o BTG a estreitar sua diferença em relação à concorrência, o banco ainda não tem a diversificação dos concorrentes de grande porte.

“Estamos falando de uma escala diferente”, disse Maria Rita em entrevista por telefone de São Paulo. “Os bancos maiores são muito diversificados, com bases de varejo, e isso faz uma enorme diferença em termos de custo de financiamento. O BTG está tentando diminuir essa diferença tornando seu negócio mais diversificado em termos de diferentes fontes de receita.”

A abertura de capital do BTG deve se beneficiar da disparada na demanda por ativos de mercados emergentes, disse Fausto Gouveia, que ajuda a administrar R$ 380 milhões em ações de títulos na Legan Administração de Recursos.

O Ibovespa acumula uma alta de 18 por cento desde o início do ano, depois de fechar 2011 com uma baixa de 18 por cento.

“O momento é favorável para um IPO como esse”, disse Gouveia em entrevista por telefone de São Paulo. “O mercado conhece e confia na administração de André Esteves. O IPO é parte de uma estratégia de crescimento.”

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Nova York/São Paulo - Os custos de captação do Banco BTG Pactual SA estão caindo a níveis recordes. O banco do bilionário André Esteves prepara sua abertura de capital, depois de fazer aquisições de US $ 1,5 bilhão nos últimos cinco meses.

As taxas dos títulos do BTG em dólar com vencimento em 2016 caíram 48 pontos-base desde que foram emitidos em junho, para 4,57 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A taxa média para os títulos de bancos da América Latina caiu 30 pontos-base no mesmo período, para 5,29 por cento, segundo dados do Credit Suisse Group AG. Títulos do Itaú Unibanco Holding SA, maior banco do País em valor de mercado, com vencimento em 2020 pagam taxa de 5,19 por cento.

O BTG vai vender ações novas e já existentes em uma oferta pública enquanto Esteves, mais jovem bilionário brasileiro, tenta expandir as atividades do banco no país. O banco de mais rápido crescimento em ativos entre os 11 maiores do Brasil reduziu a desvantagem em relação ao concorrente mais próximo, a subsidiária brasileira do Citigroup Inc., de R$ 10,2 bilhões para R$ 2,8 bilhões nos 12 meses até setembro de 2011, de acordo com dados do Banco Central.

“É uma história de sucesso e enquanto se mantiver como uma história de sucesso, as pessoas vão continuar a acompanhar”, disse Klaus Spielkamp, operador de renda fixa da Bulltick Capital Markets, em entrevista por telefone de Miami. “Eu não me preocuparia com o crescimento através de aquisições. Todas fizeram sentido. Eles buscam novas oportunidades de negócios e essa é uma boa idéia.”

Continuar expandindo

Os títulos do BTG pagam 261 pontos-base a mais do que os papéis do governo com vencimento em 2017, comparado a uma diferença de 271 pontos há um mês, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A nota de crédito do banco, Baa3 na escala da Moody’s Investors Service, é a menor na escala de grau de investimento e está um nível dabixo da classificação do País. Na escala da Fitch, a classificação BBB- do banco é dois níveis menor que a das notas do Itaú e do Banco Bradesco SA, que é o segundo maior do País por valor de mercado.

O BTG protocolou na Comissão de Valores Mobiliários em 1º de março um pedido para fazer uma oferta de ações ordinárias e preferenciais que serão listadas na Bolsa de Valores de São Paulo. O banco, que não revelou quantas ações pretende vender nem quando, disse que planeja usar os recursos da abertura de capital para continuar expandindo seus negócios e melhorar sua estrutura de financiamento.

Em nota enviada por e-mail, o BTG não quis fazer comentários.

Esteves, 43 anos, tornou-se bilionário quando vendeu o Banco Pactual SA para o UBS AG em 2006. Ele recomprou o banco por US$ 2,5 bilhões em 2009 e uniu a operação à instituição que havia fundado em 2008, formando o BTG Pactual. No ano passado, o banco comprou participações em empreendimentos como farmácias, hospitais e operadoras de estacionamento para aproveitar a expansão da economia.


Compra da Celfin

No mês passado, o BTG acertou a compra da corretora chilena Celfin Capital SA por US$ 245 milhões em dinheiro e 2,4 por cento de ações do BTG. Foi a quinta aquisição desde outubro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Para Brigitte Posch, gestora de carteira de mercados emergentes da Pacific Investment Management Co., que supervisiona mais de US$ 1 trilhão em ativos em todo o mundo, a venda de ações pode impulsionar ganhos adicionais para os títulos do BTG.

“Ações aumentam a capacidade, a facilidade de levantar capital, se necessário, e assim permitem a potencial valorização dos bônus”, Brigitte disse em resposta por e-mail.

Em fevereiro de 2011, o BTG anunciou que pagaria R$ 450 milhões por 51 por cento do capital votante do Banco Panamericano SA, resgatado em novembro de 2010 após acusações de fraude contábil. O investimento no Panamericano, sediado em São Paulo, criou para Esteves uma parceria com a Caixa Econômica Federal, líder em financiamento imobiliário no Brasil.

‘Escala diferente’

Maria Rita Gonçalves, analista da Fitch, disse que ainda que as aquisições ajudem o BTG a estreitar sua diferença em relação à concorrência, o banco ainda não tem a diversificação dos concorrentes de grande porte.

“Estamos falando de uma escala diferente”, disse Maria Rita em entrevista por telefone de São Paulo. “Os bancos maiores são muito diversificados, com bases de varejo, e isso faz uma enorme diferença em termos de custo de financiamento. O BTG está tentando diminuir essa diferença tornando seu negócio mais diversificado em termos de diferentes fontes de receita.”

A abertura de capital do BTG deve se beneficiar da disparada na demanda por ativos de mercados emergentes, disse Fausto Gouveia, que ajuda a administrar R$ 380 milhões em ações de títulos na Legan Administração de Recursos.

O Ibovespa acumula uma alta de 18 por cento desde o início do ano, depois de fechar 2011 com uma baixa de 18 por cento.

“O momento é favorável para um IPO como esse”, disse Gouveia em entrevista por telefone de São Paulo. “O mercado conhece e confia na administração de André Esteves. O IPO é parte de uma estratégia de crescimento.”

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