Agência do Banco do Brasil: abertura de capital da seguradora do banco deve ser realizada em abril (Lia Lubambo/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2013 às 20h27.
São Paulo - A oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da BB Seguridade, seguradora do Banco do Brasil, pode chegar a R$ 10 bilhões, segundo uma fonte a par da operação. E há os que arriscam valores maiores, de até R$ 15 bilhões.
Caso esse valor se confirme, a operação será a segunda maior da história do mercado de capitais do país. A maior, até agora, é o IPO do Santander Brasil, de outubro de 2009, que captou R$ 14,1 bilhões. A operação deve ser realizada em abril.
Essa fonte, ligada a uma instituição que participará da oferta, afirmou que o sentimento é de otimismo com a abertura de capital da BB Seguridade. De acordo com ele, a oferta pode trazer bons ventos ao mercado brasileiro, deixando o cenário “mais promissor do que em 2012” para as ofertas públicas.
Retorno 50% maior que o do banco
Analistas que tiveram acesso aos dados da BB Seguridade ficaram animados com as estimativas para a empresa. Segundo um deles, que pediu para não ser citado, a expectativa é de que o retorno da nova empresa seja de 30% do patrimônio líquido (ou seja, o lucro anual equivaleria a 30% do patrimônio da instituição), 50% maior que o do banco, em torno de 18% do patrimônio.”Pelos números, até parece bom demais para ser verdade”, afirma, lembrano que hoje a seguradora não paga pelo uso da rede do BB e os gerentes costumam ser incentivados a oferecer produtos da empresa.
Mesmo assim, a perspectiva parece muito boa para a companhia pois ela poderá continuar usando os canais de distribuição do banco. “E o negócio vai bem, é só olhar o Bradesco e o retorno da seguradora, que é maior que o do banco, e como o Itaú está indo atrás desse caminho, comprando a Porto Seguro”, diz.
O fato de o mercado brasileiro de seguros ainda ser relativamente pequeno também ajuda a melhorar as expectativas para o setor.
Ação do BB também se valoriza
Muito bem vista pelo mercado, a oferta da BB Seguridade acaba por também valorizar os papéis do banco, observa esse analista. O valor da venda reforçará o caixa do banco e poderá ser usado para dar mais folga para que ele se ajuste às normas do Acordo de Basileia 3 – o BB é hoje o banco com menor índice entre as grandes institições -, abrindo espaço para novos investimentos ou ampliação das operações de crédito.
A expectativa é que a operação se reflita nos indicadores de performance da ação, como a relação preço/lucro. Quanto maior essa relação, mais valorizada está a ação e mais tempo levará para o comprador recuperar o investimento feito.
Hoje, o P/L do BB é menor que a dos demais bancos de varejo, uma vez que o mercado exige um desconto para comprar as ações. Se os bancos privados têm um P/L de 10 vezes o lucro, o BB teria de 6,5 vezes. Com a venda da BB, é possível que a ação se valorize e essa relação fique mais perto de 10 vezes. “É um ativo valioso que estava perdido no meio do banco e que agora vai ser reavaliado pelo mercado”, diz.
Fila de empresas
A fila de empresas buscando a abertura de capital está cheia, segundo ele, e só não andou porque as empresas estão esperando o humor dos investidores estrangeiros melhorar. “Eles (os investidores estrangeiros) ainda estão com um ranço, calejados pelo excesso de ofertas de 2007 que não tiveram uma boa sequência”.
Atualizado às 11h42min.