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Inflação no Brasil e EUA, tensão sino-americana, alta do petróleo e o que mais move o mercado

Mercado mantém cautela antes da divulgação de dado-chave para a política monetária do Federal Reserve

Inflação: IPCA-15 e PCE saem nesta sexta (KTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Publicado em 24 de fevereiro de 2023 às 07h45.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2023 às 07h52.

Índices futuros de Nova York voltam a operar em queda na manhã desta sexta-feira, 24, após terem quebrado a sequência de perdas no último pregão. A revisão do PIB americano para baixo contribuiu para a recuperação das bolsas americanas, aliviando os temores de que a força da atividade econômica siga alimentando a inflação nos Estados Unidos.

PCE nos EUA

Nesta sexta, o humor do mercado internacional dependerá dos Preços sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de janeiro. O indicador é o principal termômetro do Federal Reserve (Fed) para avaliar a temperatura da inflação no país.

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A expectativa do mercado é de que o núcleo do PCE de janeiro fique em 0,4%, caindo de 4,4% para 4,3% no acumulado de 12 meses. Um número acima do esperado pode aumentar ainda mais as preocupações de um Fed mais duro na condução das taxas de juros no país. A possibilidade de o BC americano continuar subindo suas taxas até 5,5%, pelo menos, já é vista por investidores como a mais provável.

esempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):

Tensão China-EUA

Além do cenário de inflação, seguem no radar as tensões entre China e Estados Unidos. De acordo com fontes da Reuters, o governo americano teria planos de aumentar suas tropas para treinamento das forças de Taiwan, inimigo histórico de Pequim.

Ainda segundo a reportagem, o movimento não teria relação com os balões chineses que foram encontrados sobrevoando áreas militares dos Estados Unidos. Para o mercado, os sinais de piora na relação sino-americana pode representar um revés na expectativa de uma maior contribuição comercial entre os dois países. Na Ásia, a bolsa de Hong Kong caiu 1,68%.

Rússia pressiona preço do petróleo

Por trás das tensões geopolíticas ainda estaria o apoio de autoridades chinesas à Rússia, que sofre sanções do Ocidente devido à guerra na Ucrânia. A Rússia, por sinal, tem buscado manter mais altos os preços do petróleo por meio de corte de oferta.

Segundo a agência de notícias, o país planeja, em março, reduzir em 25% as exportações da commodity ao Ocidente. O país também informou que no próximo mês irá reduzir sua produção de petróleo em 500.000 barris por dia. No mercado de futuros, o petróleo  brent sobe pelo segundo dia seguido, sendo negociado acima de US$ 83 nesta manhã.

A valorização do petróleo no último pregão contribuiu para o desempenho do Ibovespa, que fechou em alta, puxado pela Petrobras. As ações da estatal saltaram 3,07%.

IPCA-15

Além do cenário internacional, investidores brasileiros deverão repercutir nesta sexta os números do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) da primeira quinzena de fevereiro. O consenso para o IPCA-15 é de alta de 0,72%, com queda de 5,87% para 5,60% no acumulado de 12 meses.

Apesar da recente desinflação, economistas projetam uma inflação mais forte para o fim do ano. No boletim Focus desta semana, o IPCA deste ano foi reajustado de 5,79% para 5,89%. Economistas também revisaram para cima as projeções de inflação para os próximos anos. As perspectivas inflação mais altas têm como pano de fundo preocupações fiscais e o debate de revisão de metas de inflação.

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