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Inflação cria mais chances de altas dos juros no Brasil e América Latina

Chile, Colômbia e México também estão entre os países que mais sofrem pelos aumentos nas taxas de juros

América Latina tem aumento nos custos das matérias-primas, combustível, alimentos e outros insumos; saiba mais (foto/Thinkstock)
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Bloomberg

Publicado em 8 de abril de 2022 às 17h04.

Última atualização em 5 de maio de 2022 às 17h08.

Os bancos centrais da América Latina estão enfrentando uma pressão para aumentar as taxas de juros depois que os preços ao consumidor ultrapassaram as estimativas. O aumento de custos das matérias-primas, de combustível e alimentos por conta da invasão russa da Ucrânia estão entre os principais motivos para o aumento na taxação.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março no Brasil, divulgado nesta sexta-feira, 8, registrou a maior alta mensal de preços desde 2003 – com itens como gasolina saltando 6,95%. Os preços ao consumidor do Chile registraram o maior ganho mensal em cerca de três décadas, com o pão subindo 5,9% e a energia subindo 2,6%.

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Por aqui, a inflação de março põe à prova a estimativa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que tem repetidamente sinalizado planos para um aumento final em maio. O mesmo ocorre no Chile, onde a presidente do banco central do país, Rosanna Costa, disse semana passada que os formuladores de políticas serão capazes de desacelerar o ritmo de aumentos futuros das taxas.

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Por outro lado, alguns economistas não têm tanta certeza de aumentos ainda mais agressivos de juros. “Em vez de olhar para a inflação atual, eles estão olhando para a inflação de 12 a 24 meses à frente. Isso é o que realmente importa para os bancos centrais”, disse Alejandro Arreaza, economista do Barclays.

As autoridades monetárias da América Latina foram as primeiras no mundo a aumentarem os custos do dinheiro à medida que as restrições globais de oferta e, em alguns países, medidas de estímulo contra a pandemia reacenderam a inflação.

O gás de cozinha e a gasolina impulsionaram a inflação no México, com o valor anual atingindo a maior alta em 21 anos. Mesmo assim, os aumentos de preços poderiam ter sido muito piores.

“Os preços do gás e da gasolina subiram muito menos do que as referências internacionais”, Alonso Cervera, economista-chefe para a América Latina do Credit Suisse, sobre o México. “A inflação seria muito maior, quero dizer, muito, se não fossem os subsídios.”

No Brasil, por exemplo, a petroleira estatal Petrobras tem segurado os preços dos combustíveis. A empresa anunciou em março que aumentaria os preços dos combustíveis em até 25%, porém, o presidente Jair Bolsonaro, que se candidata à reeleição em outubro, demitiu o presidente da empresa duas semanas depois, quando as pesquisas mostraram que os eleitores estavam furiosos com a inflação.

 

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