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Impasse em eleição italiana derruba bolsas na Europa

Enquanto a centro-esquerda venceu as eleições italianas na Câmara Baixa, a centro-direita teve maioria no Senado

O indicador principal da Bolsa de Valores de Milão, o FTSE MIB, caiu 4,89% nesta terça-feira (REUTERS/Stefano Rellandini)
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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 16h19.

Londres - As bolsas europeias tiveram um dia de fortes baixas nesta terça-feira, com a de Milão fechando com uma perda de quase 5%, afetadas pela incerteza da governabilidade na Itália, após o resultado indefinido das eleições gerais do país. O índice pan-europeu encerrou o pregão com queda de 1,32%, aos 284,60 pontos.

A coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani venceu as eleições italianas para a Câmara Baixa do Parlamento, mas a aliança de centro-direita encabeçada pelo ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi conquistou a maioria dos assentos no Senado. Desta forma, criou-se um impasse político que pode paralisar a terceira maior economia da zona do euro.

Analistas viram o resultado do pleito italiano como um protesto contra as medidas de austeridade adotadas por Roma. O comediante Beppe Grillo e seu Movimento Cinco Estrelas, de contestação aos políticos tradicionais, surpreenderam ao obter mais de 25% dos votos na Câmara e quase 24% no Senado. Grillo já indicou que vai dificultar uma possível aliança entre as facções políticas de Bersani e Berlusconi.

O peso da questão italiana acabou deixando o depoimento semestral do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, em segundo plano. Falando ao Comitê Bancário do Senado, em Washington, Bernanke sinalizou nesta terça-feira que o banco central dos EUA continuará com seu programa de compra de bônus, com o argumento de que os benefícios superam os custos, mas alertou para os riscos dos cortes automáticos de gastos previstos para entrar em vigor na sexta-feira (01/03).


No mercado italiano, o dilema político fez o índice FTSE MIB despencar 4,89%, para 15.552,20 pontos. O pior desempenho em Milão partiu dos bancos, com robustas perdas do UniCredit (-8,5%), Mediobanca (-8,6%), que caiu apesar de ter divulgado um forte balanço trimestral, e Intesa Sanpaolo (-9,1%), cujas ações não poderão ser mais vendidas a descoberto, segundo determinação anunciada mais cedo pelo órgão regulador do mercado da Itália, o Consob.

A Bolsa de Madri teve a segunda pior performance no continente europeu, com o índice Ibex 35 cedendo 3,20%, para 7.980,70 pontos. A subsidiária da Mediaset, empresa controlada por Berlusconi, apresentou a maior queda, de 5,3%. Também caíram Santander e BBVA - 4,7% e 4,1%, respectivamente.

Em Paris, o índice CAC-40 recuou 2,67%, para 3.621,92 pontos. Os bancos também pesaram na França, com baixas do Crédit Agricole (-5,9%), Société Générale (-5,5%) e BNP Paribas (-4.6%). Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 2,27%, terminando o pregão aos 7.597,11 pontos, igualmente afetado pelo setor financeiro. Deutsche Bank teve queda de 4,9% e Commerzbank recuou 3%.

Apesar de registrar a menor baixa do dia, o índice FTSE 100, de Londres, teve uma queda significativa, de 1,34%, fechando aos 6.270,44 pontos. No setor financeiro britânico, caíram Barclays (-4,7%), Royal Bank of Scotland (-4,3%) e Lloyds Banking Group (-3,3%). Em Lisboa, o índice PSI 20 recuou 2,49%, para 6.010,07 pontos. As informações são da Dow Jones.

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A coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani venceu as eleições italianas para a Câmara Baixa do Parlamento, mas a aliança de centro-direita encabeçada pelo ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi conquistou a maioria dos assentos no Senado. Desta forma, criou-se um impasse político que pode paralisar a terceira maior economia da zona do euro.

Analistas viram o resultado do pleito italiano como um protesto contra as medidas de austeridade adotadas por Roma. O comediante Beppe Grillo e seu Movimento Cinco Estrelas, de contestação aos políticos tradicionais, surpreenderam ao obter mais de 25% dos votos na Câmara e quase 24% no Senado. Grillo já indicou que vai dificultar uma possível aliança entre as facções políticas de Bersani e Berlusconi.

O peso da questão italiana acabou deixando o depoimento semestral do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, em segundo plano. Falando ao Comitê Bancário do Senado, em Washington, Bernanke sinalizou nesta terça-feira que o banco central dos EUA continuará com seu programa de compra de bônus, com o argumento de que os benefícios superam os custos, mas alertou para os riscos dos cortes automáticos de gastos previstos para entrar em vigor na sexta-feira (01/03).


No mercado italiano, o dilema político fez o índice FTSE MIB despencar 4,89%, para 15.552,20 pontos. O pior desempenho em Milão partiu dos bancos, com robustas perdas do UniCredit (-8,5%), Mediobanca (-8,6%), que caiu apesar de ter divulgado um forte balanço trimestral, e Intesa Sanpaolo (-9,1%), cujas ações não poderão ser mais vendidas a descoberto, segundo determinação anunciada mais cedo pelo órgão regulador do mercado da Itália, o Consob.

A Bolsa de Madri teve a segunda pior performance no continente europeu, com o índice Ibex 35 cedendo 3,20%, para 7.980,70 pontos. A subsidiária da Mediaset, empresa controlada por Berlusconi, apresentou a maior queda, de 5,3%. Também caíram Santander e BBVA - 4,7% e 4,1%, respectivamente.

Em Paris, o índice CAC-40 recuou 2,67%, para 3.621,92 pontos. Os bancos também pesaram na França, com baixas do Crédit Agricole (-5,9%), Société Générale (-5,5%) e BNP Paribas (-4.6%). Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 2,27%, terminando o pregão aos 7.597,11 pontos, igualmente afetado pelo setor financeiro. Deutsche Bank teve queda de 4,9% e Commerzbank recuou 3%.

Apesar de registrar a menor baixa do dia, o índice FTSE 100, de Londres, teve uma queda significativa, de 1,34%, fechando aos 6.270,44 pontos. No setor financeiro britânico, caíram Barclays (-4,7%), Royal Bank of Scotland (-4,3%) e Lloyds Banking Group (-3,3%). Em Lisboa, o índice PSI 20 recuou 2,49%, para 6.010,07 pontos. As informações são da Dow Jones.

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