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Ibovespa tem sessão volátil, após pesquisas e Moody's

Pesquisa eleitoral reforçou um cenário mais acirrado na disputa presidencial e revisão da perspectiva de rating do Brasil mudou para negativa


	Bovespa: às 12h25, o Ibovespa avançava 0,16%, a 59.284 pontos, e volume financeiro somava R$3,26 bilhões
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: às 12h25, o Ibovespa avançava 0,16%, a 59.284 pontos, e volume financeiro somava R$3,26 bilhões (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 12h46.

São Paulo - A Bovespa tinha uma sessão volátil nesta terça-feira, após pesquisa eleitoral reforçar um cenário mais acirrado na disputa presidencial e revisão da perspectiva de rating do Brasil para "negativa" pela agência de classificação de risco Moody's.

Às 12h25, o Ibovespa avançava 0,16 por cento, a 59.284 pontos. O volume financeiro do pregão somava 3,26 bilhões de reais.

Pesquisa CNT/MDA mostrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) diminuiu a diferença para a ex-ministra Marina Silva (PSB) num eventual segundo turno da eleição presidencial e as duas candidatas estão em empate técnico, com 42,7 por cento e 45,5 por cento, respectivamente.

Na véspera, quando o Ibovespa registrou a maior queda diária desde fevereiro, havia especulações de menor diferença entre a candidata do PSB, Marina Silva e a presidente Dilma Rousseff (PT), o que foi confirmado pela CNT/MDA.

Ainda é aguardada pesquisa Datafolha realizada nos dias 8 e 9, prevista para ser divulgada a partir desta terça-feira.

"O mercado está todo muito especulativo e operando em cima de expectativa política. Qualquer desvio do cenário 'não reeleição de Dilma' leva a ajustes no mercado", observou o gerente de renda variável na Fator Corretora em São Paulo, Frederico Ferreira Lukaisus.

As ações preferenciais da Petrobras, que têm reagido ao noticiário atrelado ao panorama eleitoral, já oscilaram quase 4 por cento entre a mínima e a máxima até o momento. Há pouco, tanto a PN como a ON mostravam valorização, ajudando na alta do índice.

O Fundo Verde do Credit Suisse disse em relatório que vê possibilidade de 70 por cento de Marina ganhar as eleições este ano, mas observou que, se eleita, ela herdará um quadro econômico e social muito complicado e sem ampla base no Congresso que lhe garanta governabilidade.

Também repercutia nos negócios a decisão da Moody's de mudar a sua perspectiva de rating do Brasil para "negativa", de "estável", citando o maior risco de crescimento baixo sustentado e de piora em métricas de dívida.

Não chega a ser surpresa informações desfavoráveis sobre a economia ou estatais terem um efeito positivo na bolsa, uma vez que são lidas entre os agentes como mais um componente negativo para a eventual reeleição de Dilma - o que costuma ser bem-recebido entre agentes financeiro.

O avanço das ações da Vale também influenciava positivamente, apesar de os preços do minério de ferro no mercado à vista da China voltaram a cair nesta terça-feira, renovando mínimas de cinco anos.

Do noticiário corporativo, o setor de telecomunicações merecia destaque, com Oi subindo após acionistas da Portugal Telecom aprovarem na véspera em assembleia geral a fusão entre as empresa.

TIM Participações também avançava, após a América Móvil, dona da Claro no Brasil, admitir que planeja conversar com a Oi sobre uma eventual oferta conjunta de compra da TIM Participações, conforme disse na segunda-feira o diretor financeiro da empresa mexicana, Carlos Garcia Moreno.

A pressão negativa vinha de ações do setor financeiro, com destaque para Itaú Unibanco, Bradesco e BM&FBovespa.

Em relatório recente, o Goldman Sachs citou que as eleições de outubro parecem ser o principal guia para os papéis de bancos brasileiros.

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