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Ibovespa fecha em alta, mas cai pela 2ª semana seguida

Dados econômicos ajudam a impulsionar bolsa, mas discurso de Bolsonaro contra o teto de gastos pesa negativamente

Bolsa: Ibovespa futuro chegou a perder os 100.000 pontos na abertura, mas subiu com resultados econômicos (Cris Faga/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa futuro chegou a perder os 100.000 pontos na abertura, mas subiu com resultados econômicos (Cris Faga/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de agosto de 2020 às 10h24.

Última atualização em 14 de agosto de 2020 às 17h44.

A bolsa brasileira fechou em alta nesta sexta-feira, 14, mas não reverteu as perdas da semana. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,89% e encerrou em 101.353,45 pontos, abaixo dos 102.775,55 de sexta passada. Com isso, o índice chega a sua segunda semana consecutiva de queda.

No mercado, a fala de Bolsonaro sobre seus planos de furar o teto de gastos repercutiu mal entre os investidores, mas dados econômicos ajudaram a dar o tom positivo à sessão.

Na abertura dos mercados futuros, às 9h, o Ibovespa futuro chegou a abrir em queda e perder os 100.000 pontos, mas inverteu o movimento, após a divulgação do IBC-Br de junho, conhecido como prévia do PIB, que cresceu 4,89% ante a expectativa de 4,70%. Nos Estados Unidos, dados de julho do núcleo de vendas no varejo também ficaram acima do esperado, com alta mensal de 1,9% ante 1,3% projetado.

Se no lado econômico foi positivo, o campo político houve críticas, principalmente porque as declarações de Bolsonaro foram na contramão do que ele havia dito há dias atrás, quando, ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado reafirmou seu compromisso de manter os gastos abaixo do teto.

“Esse contraditório excessivo não é bem-visto. Ele fica toda hora indo e voltando. É terrível, não dá segurança nenhuma para o mercado“, afirmou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Destaques

Na bolsa, as ações da Hering fecharam na liderança do Ibovespa, com alta de 10,27%, após a companhia apresentar crescimento de 211,8% do lucro líquido no segundo trimestre para 126,8 milhões de reais. Mas desse total 110,1 milhões de reais foi impulsionado pelos impactos da atualização de créditos do PIS/Cfins. Já sua receita sentiu os efeitos do fechamento das lojas físicas e teve queda de 67% para 118,8 milhões de reais.

As ações da da Suzano também tiveram desempenho positivo após o balanço, subindo 5,92% na sessão. No segundo trimestre, a companhia teve prejuízo de 2 bilhões de reais no período ante lucro de 700 milhões de reais no mesmo período do ano passado. Porém, as expectativas do mercado era de que o resultado fosse ainda pior, de prejuízo líquido de 3,16 bilhões de reais. "O câmbio ajudou as exportações e compensou a instabilidade no preço da celulose e também impactou o resultado financeiro. O operacional veio mais forte que o esperado, dando impulso à receita e ao Ebitda", avaliam analistas da Exame Research.

Também entre as maiores altas, as ações da JBS subiram 5,19%, após a empresa ter dado lucro líquido de 3,4 bilhões de reais no segundo trimestre, representando um crescimento anual de 54,8%. "O resultado veio muito forte e bem acima das expectativas. Do lado positivo, destacamos a elevada margem bruta devido aos preços de venda extremamente altos", afirmam analistas da Research.

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