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Ibovespa tem 2ª alta forte e dólar cai

Ibovespa fechou esta terça-feira com avanço de 2,51%, a 94.254,72 pontos

O giro financeiro somou 15,9 bilhões de reais na Bovespa nesta terça-feira (21) (Paulo Whitaker/Reuters)

O giro financeiro somou 15,9 bilhões de reais na Bovespa nesta terça-feira (21) (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de maio de 2019 às 17h07.

Última atualização em 21 de maio de 2019 às 17h52.

A bolsa paulista emendou o segundo dia de alta robusta, com investidores voltando às compras após forte queda recente, num momento de maior otimismo das praças globais com o arrefecimento de atritos comerciais entre Estados Unidos e China.

Principal índice acionário brasileiro, o Ibovespa fechou esta terça-feira com avanço de 2,76%, a 94.484,63 pontos. O giro financeiro da sessão somou 17,3 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa subira 2,17%, então o maior ganho diário em quase dois meses, com investidores voltando à ponta compradora após o exercício de opções. Na semana passada, o índice tinha passado a acumular queda no ano pela primeira vez.

Para Bruno Madruga, responsável pela área de renda variável da Monte Bravo, a combinação de queda das ações com alta do dólardeixou o preço das ações atrativo para estrangeiros.

"Isso criou um cenário perfeito para o investidor estrangeiro", afirmou Madruga.

A articulação política sobre a reforma da Previdência continuou como foco do mercado. O relator da proposta na comissão especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), afirmou que o texto da proposta precisa ser melhorado, mas que isso ocorrerá durante a tramitação no colegiado.

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro disse que valoriza o Parlamento e que deputados e senadores terão a palavra final sobre a reforma da Previdência.

Ainda na cena doméstica, também favoreceu a reafirmação de classificação de risco da Fitch à nota de crédito soberano do Brasil em "BB-", com perspectiva estável.

Nas principais praças globais, o clima foi de mais otimismo, com os principais índices de Wall Street subindo após os EUA amenizarem temporariamente restrições à chinesa Huawei.

Destaques

- GOL avançou 6,95%, em meio a expectativas de aprovação da medida provisória que acaba com limite de capital de estrangeiro em companhias aéreas do país. Dados mostrando que a demanda por voos domésticos no Brasil subiu 0,76 por cento em abril sobre um ano antes, também repercutiram. No setor, Azul teve alta de 5,48%.

- EDP BRASIL valorizou-se 4,79%. Na véspera, a companhia de energia elétrica anunciou planos para avançar no cada vez mais cobiçado setor de serviços em energia no país com uma nova marca, que reunirá diversas soluções da companhia para clientes residenciais e empresas --envolvendo instalações de geração solar, eficiência energética e até seguros.

- PETROBRAS PN subiu 3,8% e PETROBRAS ON ganhou 2,6%, após o conselho de administração da estatal aprovar nesta terça-feira assinatura de aditivo ao contrato da cessão onerosa. Segundo a petrolífera, o movimento depende de uma solução orçamentária para pagamento de 9,18 bilhões de dólares devido pela União à companhia.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 3,84%, enquanto BRADESCO PN valorizou-se 4,12%, contribuindo para o viés positivo do Ibovespa.

- VALE teve alta de 1,41%, na esteira da alta dos preços do minério de ferro na China. As ações da companhia vêm sofrendo nos últimos dias devido aos receios quanto à segurança das barragens de rejeitos da empresa. Na véspera, o secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais, Germano Vieira, afirmou que a barragem de rejeitos de minério de ferro da mineradora em Barão de Cocais e tem até 15% de chance de se romper.

- JBS caiu 6,54%, um dia depois do papel da maior processadora de carne bovina do mundo ter tido máxima recorde. O setor de carnes tem se beneficiado das perspectivas de maior demanda chinesa por proteínas dado o surto de peste suína africana na região asiática. No segmento, BRF caiu 5,59% e Marfrig recuou 1,95%.

Dólar

O dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real nesta terça-feira, a mais forte em quase quatro meses, puxado por ingressos de recursos para o setor produtivo em meio a um dia favorável ao risco no exterior e a alguma aproximação entre Congresso e Executivo sobre a reforma da Previdência.

O dólar à vista caiu 1,39%, a R$ 4,0478 na venda.

É a mais forte desvalorização diária desde 31 de janeiro passado (-1,77%).  Na B3, o dólar futuro cedia 1,45%, para R$ 4,0500.

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