Ibovespa: cipal índice brasileiro de ações caiu 1,29% e encerrou em 77.811,85 pontos. (Engdao Wichitpunya / EyeEm/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2020 às 17h30.
Última atualização em 16 de abril de 2020 às 17h57.
O Ibovespa fechou em queda, após reverter alta no início da tarde desta quinta-feira, 16, pouco depois de o estado de Nova York anunciar extensão do lockdown por, pelo menos, mais um mês. A medida foi seguida por outros seis estados da costa leste. Pela manhã, havia grande expectativa pelo pronunciamento do presidente Donald Trump sobre como seria a reabertura da economia americana. Embora as bolsas americanas tenham conseguido voltar ao território positivo, registrando leves altas, o principal índice brasileiro de ações caiu 1,29% e encerrou em 77.811,85 pontos.
“Quando virou nos Estados Unidos, a gente caiu mais e não conseguimos acompanhar a volta”, disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Desde a última semana, a possibilidade de a quarentena ser afrouxada em cidades americanas menos afetadas pela doença vem ganhando força entre os investidores. Mas o posicionamento oficial ficou o período da noite. “O mercado espera um movimento mais preciso [do Donald Trump]. A gente tem ouvido ele falar sobre abertura há um bom tempo, mas falta a demonstração de como isso vai ser feito", disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. Segundo ele, as declarações de Trump devem ter impactos diretos nos mercados.
Nesta manhã, o tom positivo também foi endossado após os dados semanais de pedidos de seguro desemprego dos EUA ficarem em 5,25 milhões. A quantia, embora tenha sido levemente acima do esperado pela média dos economistas, foi inferior à da semana anterior, quando foram registrados 6,6 milhões de pedidos.
Embora os Estados Unidos já contabilizem mais de 22 milhões de pedidos de seguro desemprego em quatro semanas, Laatus vê os números de hoje como um alívio para os mercados. “O fato de ter vindo menos pior, deu uma tranquilizada.”
No período da tarde, a saída de Luiz Henrique Mandetta da chefia do ministério da Saúde estamparam as manchetes dos jornais, mas não produziram efeitos sobre a bolsa, segundo Jason Vieira. “Para o mercado, o Mandetta já havia sido demitido”, disse.
Gabriel Ribeiro, analista da Necton Investimentos, viu como positiva a saída do ministro, tendo em vista que a troca foi por um nome técnico e que é esperada uma diminuição do conflito entre a pasta e o presidente Jair Bolsonaro. “Politicamente era muito ruim ficar do jeito que estava”, comentou.
A saída de Mandetta, porém, pode não ser o fim da preocupação com os atritos políticos do presidente. "Talvez a briga ainda continue com os governadores. O cenário ainda é nebuloso. O mercado está vivendo um dia por vez."