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Ibovespa perde força com exterior negativo e queda da Petrobras

Fala do presidente do Banco Central não foi suficiente para segurar movimento de alta do índice

Roberto Campos Neto: presidente do Banco Central (Alan Santos/PR/Flickr)

Roberto Campos Neto: presidente do Banco Central (Alan Santos/PR/Flickr)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 10h40.

Última atualização em 14 de setembro de 2021 às 16h54.

O Ibovespa vira para queda nesta nesta terça-feira, 14, acompanhando as quedas nas bolsas americanas. Mais cedo, o índice avançava após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas o Ibovespa perdeu força ao longo da tarde com a piora do cenário nos EUA. Às 16h, o principal índice da B3 recuava 0,15%, aos 116.227 pontos. 

Divulgado nesta manhã, o índice de preço ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) de agosto ficou em 0,3% ante o consenso de 0,4%. No acumulado de 12 meses, a inflação ao consumidor caiu de 5,4% para 5,3%. Esta foi a primeira queda da inflação anual desde a divulgação de outubro do ano passado, quando ainda estava em 1,2%. Já o núcleo do CPI de agosto, para o qual a projeção era de 0,3%, ficou em 0,1%. Com a inflação americana mais branda, cresce a perspectiva de que a retirada de estímulos por parte do Federal Reserve irá ocorrer de forma mais lenta.

Após o CPI abaixo do esperado, o mercado americano chegou a estender seu movimento de alta, mas perdeu força, com investidores temendo que a menor inflação seja um indicativo de desaceleração da retomada econômica. Em agosto, o principal indicador do mercado de trabalho americano, o payroll, mostrou que a criação de empregos urbanos ficou menos da metade do que o esperado. 

Nos Estados Unidos, os três principais índices operam em queda. O Dow Jones recua 0,88%, o S&P 500 cai 0,58% e o Nasdaq, 0,46%. Na Europa, o índice Stoxx 600 fechou em queda de 0,03%. O dólar comercial acompanha o movimento negativo no exterior e se fortalece frente à moeda brasileira, subindo 0,53% e é negociado a 5,25 reais.

Mais cedo, investidores reagiram positivamente às falas do presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, que participou do evento MacroDay, do BTG Pactual, nesta manhã. A uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Campos Neto disse que irá subir a taxa Selic para converter a inflação para a meta de longo prazo, mas afirmou que irá manter o "plano de voo" no ritmo da elevação de juros, sem, necessariamente, deixar-se influenciar por "dados de alta frequência".

Com a declaração, Campos Neto aumentou as expectativas para uma alta da taxa Selic de apenas 1 ponto percentual na próxima semana -- o que favorece a bolsa. No mercado, já se esperava um aumento de 1,25 p.p. a 1,50 p.p. 

No radar, ainda está o crescimento do setor de serviços referente a julho, que ficou em 1,1%, acima do consenso de 1% de alta. Na comparação anual, o crescimento do setor mais atingido pela pandemia foi de 17,8%.

"O setor de serviços parece ter – finalmente – rompido uma letargia que já durava anos. A melhora recente, contudo, tem a ver com a pandemia. Quando se trata de serviços de informação e comunicação, estamos nos maiores valores da série histórica, mas os serviços prestados às famílias estão ainda em patamar extremamente baixo. Esta tendência deverá continuar nos próximos trimestres", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Destaques da bolsa

Na bolsa, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) e da Vale (VALE3) – que possuem as maiores participações do Ibovespa – empurram o índice para baixo. Para a Vale, pesa o cenário incerto para o minério de ferro diante da menor demanda pela commodity, e a ação recua 0,67%. 

Para a Petrobras, que recua mesmo com a alta do petróleo no exterior, seguem no radar as pressões para o controle de preços do combustível. Os papéis preferenciais (PETR4) caem 1,26%, enquanto as ações ordinárias recuam 0,97%.

Nesta terça, o presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna, tratou sobre o tema na Câmara. Convocado pelos deputados para explicar a alta de preços dos combustíveis afirmou que a Petrobras não repassa “volatilidade momentânea” dos preços internacionais do petróleo para o valor dos combustíveis e reforçou que “não há espaço para aventuras”. 

A declaração ajuda a segurar a queda dos papéis da petroleira, que vinham repercutindo a fala do presidente da Câmara, Arthur Lira. Na véspera, Lira disse que o combustível está caro e que a petroleira não pode se esquecer de que "os brasileiros são seus acionistas".

Na ponta positiva do Ibovespa, as ações da Méliuz (CAHS3) voltam a liderar as altas, subindo 12,56%. Outras empresas de tecnologia, beneficiadas por um aperto monetário mais lento, figuram entre as maiores valorizações, como a Locaweb (LWSA3) e Banco Inter (BIDI11), que avançam 7,18% e 2,51%, respectivamente.

 

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