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Ibovespa sobe com commodities e chance de impeachment

principal índice da Bovespa fechou em alta de quase 4 por cento, maior avanço desde março


	Bovespa: o Ibovespa subiu 4,08 por cento, a 53.070 pontos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bovespa: o Ibovespa subiu 4,08 por cento, a 53.070 pontos (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2016 às 18h00.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou com o maior avanço diário em quase oito semanas nesta terça-feira, favorecido pela expectativa de afastamento iminente da presidente Dilma Rousseff e avanço nos preços de commodities no exterior.

O Ibovespa subiu 4,08 por cento, a 53.070 pontos. Trata-se da maior alta desde 17 de março. O giro financeiro do pregão somou 7,38 bilhões de reais.

A aposta predominante no mercado é de que o Senado Federal aprovará a abertura do processo de impeachment da presidente, em votação no plenário prevista para começar na quarta-feira. Caso a abertura seja aceita, Dilma será afastada do cargo pelo prazo de até 180 dias e o vice-presidente Michel Temer assume interinamente o comando do país. Na visão do economista Maurício Rosal, da consultoria independente CRosal, os últimos movimentos no cenário político desacreditaram ainda mais o governo e seus aliados, o que deve enfraquecer qualquer oposição a medidas que eventualmente sejam propostas por Temer.

Investidores estão na expectativa de anúncio de medidas pelo peemedebista assim que assumir a Presidência da República, tanto do ponto de vista de reestruturação de seus ministérios, como de cortes de gastos. "A mudança no comando não resolve todos os problemas, mas uma oposição enfraquecida pode ajudar nas perspectivas para as transformações necessários ao país", disse Rosal.

Na visão do gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management, a bolsa deve seguir na trajetória de recuperação se as medidas já ventiladas na mídia forem imediatamente confirmadas pelo provável novo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, particularmente a reforma da previdência.

DESTAQUES

- PETROBRAS fechou com as preferenciais em alta de 7,7 por cento e as ordinárias com avanço de 6,46 por cento, apoiadas no forte avanço dos preços do petróleo e expectativas políticas.

- BANCO DO BRASIL saltou 5,93 por cento, em sessão de forte alta no setor bancário, também ajudado pela perspectiva de mudança no comando do país. ITAÚ UNIBANCO subiu 6,28 por cento e BRADESCO avançou 4,31 por cento.

- QUALICORP disparou 9,12 por cento, no segundo dia de forte alta antes do balanço do primeiro trimestre, previsto para ser divulgado nesta quarta-feira, após o fechamento do mercado. O Credit Suisse disse que espera resultado sólido.

- BRF avançou 7,36 por cento, diante da chance de a norte-americana Tyson Foods estar interessada na companhia brasileira, após reportagem do jornal Valor Econômico dizer que executivos da Tyson visitaram há cerca de um mês fábricas da BRF no Brasil.

- VALE encerrou com as preferenciais em alta de 6,32 por cento, recuperando-se de perdas recentes a despeito do declínio do minério de ferro na China. Em evento com investidores nos EUA, a mineradora estimou que a venda de ativos poderá chegar a até 15 bilhões de dólares no biênio 2016-2017.

- USIMINAS subiu 9,9 por cento, capitaneando os ganhos entre as siderúrgicas, após perdas recentes. As ações do setor tem beta elevado, logo tendem a oscilar com mais intensidade na comparação com o Ibovespa. - BB SEGURIDADE subiu 3,29 por cento, na esteira do forte avanço do BB. A empresa que reúne as participações do banco estatal em seguros e previdência divulgou lucro quase estável no primeiro trimestre em relação a igual período do ano anterior, corroborando preocupação de que não irá atingir sua meta de crescimento do lucro para 2016.

- BRASKEM caiu 1,76 por cento, única queda do Ibovespa, afetada pelo recuo do dólar ante o real, além de algum efeito ainda pela redução de benefícios fiscais ao setor petroquímico.

Texto atualizado às 18h00
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