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Ibovespa sobe 1,6% e volta aos 107 mil pontos puxado por Vale

Ascensão de Joe Biden no Partido Democrata e expectativa de estímulos econômicos injetam otimismo ao mercado

Bolsa: Ibovespa sobe 1,6% e encerra em 107.224 pontos (Jesada Wongsa/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 1,6% e encerra em 107.224 pontos (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de março de 2020 às 18h31.

Última atualização em 4 de março de 2020 às 19h12.

São Paulo - O bom humor voltou a imperar no mercado financeiro – ao menos, por um dia. Nesta quarta-feira (4), as principais bolsas do mundo fecharam em alta impulsionadas pelo resultado das prévias do Partido Democrata, em que o ex-vice-presidente do Barack Obama, Joe Biden, saiu na frente dos candidatos Bernie Sanders e Elizabeth Warren (de posicionamento mais à esquerda). Com o maior otimismo, o Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (4) em alta de 1,6%, em 107.224 pontos.

“O nosso mercado é bastante dependente do mercado internacional. Havia temores sobre a possibilidade de Sanders disputar as eleições contra o Donald Trump”, disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Outro fator que motivou o tom positivo nos mercados é a possibilidade de mais países cortarem juros no mundo. Nesta terça-feira (3), autoridades monetárias das sete principais economias do mundo se reuniram para debater as medidas para conter os impactos econômicos do coronavírus. Pouco após a reunião, o Federal Reserve reduziu em 50 pontos base os juros dos Estados Unidos. A medida foi seguida pelo banco central canadense nesta quarta-feira (4). “Existe uma expectativa generalizada de que os outros cinco países venham a agir a qualquer momento podendo cortar juros ou tomar atitude no lado fiscal para impulsionar a economia”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

Apesar da alta da Bolsa, o dólar renovou a máxima de fechamento pelo 10º pregão consecutivo e encerrou cotado a 4,58 reais, pressionado pela possibilidade de o Banco Central também promover corte de juros. Segundo Esteter, a valorização da moeda americana serviu de gatilho para as exportaras.

Com valorização de 4,79% e mais de 8% de participação no Ibovespa, as ações da Vale puxaram o principal índice da B3 para cima. “Além de ter sido beneficiada pelo câmbio e pelo minério de ferro, que subiu, a empresa estava com valuation bastante descontado”, comentou Esteter. Os papéis das siderúrgicas Usiminas e Gerdau tiveram apreciação de 7% e 4,98%.

Com parte significativa da receita dolarizada, as companhias de papel também estiveram entre as maiores altas da sessão. Na sessão, as ações da Suzano subiram 9,01% e lideraram as altas do Ibovespa, já as da Klabin se valorizaram 6,06%.

Ainda no campo dos exportadores, os papéis dos frigoríficos JBS, Marfrig, BRF e Minerva avançaram 4,5%, 3,5%. 1,95% e 1,92%, respectivamente. Mesmo com a queda do preço do petróleo, as ações ordinárias da Petrobras subiram 2,62% e as preferenciais, 3,22%.

A apesar das fortes altas, a onda de otimismo não atingiu os papéis do IRB Brasil, que despencaram 31,96%, após a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, afirmar que nunca foi teve ações da companhia. Na semana passada, as ações da empresa foram uma das únicas a fecharem no azul, depois que uma notícia do jornal O Estado de S. Paulo informou que a empresa de Buffett aproveitou a baixa das ações da resseguradora para ampliar a sua participação.

A queda havia sido motivada pelos questionamentos da gestora Squadra sobre os números apresentados pela IRB em suas demonstrações financeiras. Em meio às recentes polêmicas, a saída inesperada de Ivan Monteiro da presidência do conselho administrativo da empresa adicionou incertezas sobre a companhia. Desde a primeira carta da Squadra, a IRB Brasil já perdeu 24,16 bilhões de reais de valor de mercado, já suas ações acumulam queda de 57,51%.

“É uma sequência de notícias desencontradas. O fundamento ficou para trás.  A queda de hoje foi pela total falta de confiança da empresa”, afirmou Esteter.

 

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