Ibovespa recua com atenções sobre cenário político e Previdência no radar
Às 12:10, o Ibovespa caía 1,15 por cento, a 94.848,22 pontos
Reuters
Publicado em 11 de abril de 2019 às 10h18.
Última atualização em 11 de abril de 2019 às 12h35.
São Paulo — A bolsa paulista mostrava fraqueza nesta quinta-feira, ainda guiada pelo movimento de cautela sobre a reforma da Previdência, com agentes do mercado monitorando as declarações das autoridades em cerimônia de 100 dias de governo do presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Às 12:10, o Ibovespa caía 1,15 por cento, a 94.848,22 pontos. O volume financeiro era de 3,8 bilhões de reais.
"A reforma da aposentadoria tem sido o grande 'driver' do movimento do índice, então o mercado fica o tempo todo à procura de qualquer sinalização das autoridades sobre o tema", afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro reforçou que a mudança nas regras de aposentadoria tem papel especial para o equilíbrio das contas públicas e futuros investimentos, e que o governo está buscando alavancar a economia com medidas como austeridade dos gastos públicos e geração de empregos.
Para melhorar o processo de articulação, o governo resolveu colocar em prática um movimento de aproximação com líderes e dirigentes partidários, com Bolsonaro recebendo representantes de seis partidos na semana passada. Os encontros continuaram nesta semana.
No exterior, as principais praças acionárias operavam sem uma direção única, com os investidores avaliando os alertas dos principais bancos centrais sobre uma desaceleração global e antecipando o início da temporada resultados corporativos.
Destaques
- CEMIG perdia 2,5 por cento, após operação da Polícia Federal que apura desvios de 40 milhões de reais da companhia elétrica de controle do governo de Minas Gerais envolvendo as empresas Renova e Casa dos Ventos. A sede da Cemig foi alvo de operação que envolveu apreensão de documentos, disse uma fonte à Reuters. As units da Renova, que não estão no Ibovespa, caíam 5 por cento.
- BR MALLS recuava 3,1 por cento, MULTIPLAN caía 1,7 por cento e IGUATEMI desvalorizava-se 2,3 por cento, tendo de pano de fundo relatório do Morgan Stanley sobre o setor de shopping centers na América Latina, citando potenciais efeitos negativos de aplicativos de entrega e de transporte compartilhado.
- PETROBRAS PN tinha queda de 1,7 por cento e PETROBRAS ON caía 0,8 por cento, alinhada à queda dos preços do petróleo no exterior.
- ELETROBRAS PNB recuava 2,7 por cento, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa. A estatal informou que completou na véspera a transferência de controle da distribuidora Amazonas Energia ao consórcio formado por Oliveira Energia e Atem, vencedor de leilão de privatização realizado em dezembro.
- SUZANO avançava 0,7 por cento, um dia depois de encerrar em seu menor valor de fechamento desde 17 de janeiro.
- BRASKEM subia 3,5 por cento, interrompendo a sequência de quatro sessões consecutivas de perdas. Os papeis da companhia vinham caindo depois que o Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Maceió (AL) determinou na semana passada o bloqueio cautelar de até 100 milhões de reais em ativos financeiros da empresa, em ação que busca garantir eventuais indenizações à população afetada por fenômeno geológico ocorrido em bairros próximos à área de extração de salgema na capital alagoana.