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Ibovespa sobe em véspera de Copom puxado por grandes bancos

Economistas esperam alta mais forte da Selic com alta da inflação e manobra no teto de gastos

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 09h30.

Última atualização em 27 de outubro de 2021 às 16h26.

O Ibovespa sobe 0,57% para 106.992 pontos, às 16h10 desta quarta-feira, 27, recuperando parte das perdas de mais de 2% do último pregão. 

Apesar da correção, investidores seguem de olho na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será divulgada após o fechamento do mercado. 

A expectativa é de que o Copom eleve a Selic, taxa básica de juros da economia, em 1,5 ponto percentual (ou 150 pontos-base) considerando o avanço da inflação e a recente revisão do governo no teto de gastos. O valor levaria a taxa de 6,25% para 7,75% ao ano.

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Nesta tarde, o dólar comercial opera próximo da estabilidade, a 5,572 reais, após passar a maior parte da manhã em queda. O movimento de alta é influenciado pelo exterior, onde a moeda americana avança contra as principais divisas emergentes e reforçam as expectativas de que juros mais altos no Brasil não serão suficientes para estabilizar o câmbio a longo prazo.

"A alta de juros já é algo esperado e a aversão ao Brasil, devido à questão fiscal. Não devemos ter um ajuste no câmbio, exceto se houver alguma surpresa no tom [do comunicado] do Banco Central ou um ajuste muito mais intempestivo", afirma Fernando Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest. 

Para Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital, o tom do comunicado deve ser o mais importante para guiar o mercado nos próximos pregões.

“Esperamos uma alta de 1,5 p.p., mas a grande dúvida é em relação ao comunicado. O mercado quer entender se o Banco Central vai manter o ritmo de alta de 1,5 p.p. até janeiro ou vai reduzir o ritmo e aumentar o tamanho do ciclo de alta”, afirmou Zanlorenzi na Abertura de Mercado desta quarta-feira.

Outro ponto de incerteza é a PEC dos Precatórios, cuja votação foi adiada para a tarde de hoje. A PEC contém a proposta de revisão do teto de gastos, que altera o cálculo do teto, criando uma espaço no Orçamento para custear o Auxílio Brasil de 400 reais mensais.

“Enquanto a PEC não anda, ela não resolve a questão do teto de gastos e se torna mais um vetor negativo para a bolsa”, argumentou Zanlorenzi.

Destaques da bolsa

Em um dia majoritariamente positivo para as ações do Ibovespa, investidores retomam posições no setor de consumo cíclico, o que mais sofreu no último pregão, em meio à maior percepção de inflação e juros mais altos no país.

Na ponta do índice, as ações Lojas Americanas (LAME4) lideram as altas, subindo 5%, seguidas dos papéis das Lojas Renner (LREN3), que avançam 4,57%. 

Investidores também repercutem os os resultados da temporada de balanços do terceiro trimestre, com os papéis do Inter (BIDI11/BIDI4) entre as maiores altas do dia subindo em torno de 2,5%. Em resultado divulgado na última noite, O banco digital registrou lucro de 19,2 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de 8,1 milhões de reais no mesmo período do ano passado. Do mesmo setor, o Banco Pan (BPAN4) aproveita o impulso e avança 4,49%.

Já os grandes bancos, com participação relevante no Ibovespa, são os principais responsáveis pela alta do índice, com Itaú (ITUB4) subindo mais de 1% e Bradesco (BBDC4), mais de 2%. Além da alta de juros, no radar dos investidores está o resultado do Santander (SANB11) que registrou lucro líquido gerencial de 4,34 bilhões de reais no terceiro trimestre, uma alta de 12,5% frente ao mesmo intervalo do ano passado. O número foi acima da expectativa do mercado, que projetava um lucro de 4,2 bilhões de reais. O banco avança 0,40% na bolsa. 

Ainda na temporada de balanços, os papéis da JBS (JBSS3) sobem 2,82% após a concorrente Marfrig (MRFG3) apresentar salto de 148,7% em seu lucro no período, para 1,67 bilhão de reais. Os papéis da Marfrig sobem 2,71%.

Já as ações da Gerdau (GGBR4) apresentam leve alta de 0,5% após subirem quase 4% nos primeiros negócios do dia. Nesta manhã, a siderúrgica registrou um lucro líquido de 5,59 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2021 -- valor 604% maior em comparação ao ano anterior.

A temporada de resultados, no entanto, não tem sido positiva para todos os papéis do índice. A Klabin (KLBN11) recua 1,63% após já ter caído 1,36% no pregão da véspera, data em que divulgou seus resultados. A empresa lucrou 1,215 bilhão de reais no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de 191 milhões de reais um ano antes. 

Do mesmo setor, Suzano (SUZB3) recua 3,77% após queda de quase 2% na véspera, e lidera as perdas do dia.

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