Exame logo 55 anos
Remy Sharp
Acompanhe:

Pressão no dólar dificulta inflação convergir em 2022, diz Levy

A inflação já atingiu dois dígitos no acumulado em 12 meses no país e o Banco Central busca fazer com que volte para a meta de 3,5% no próximo anodó

Modo escuro

O Copom provavelmente elevará a Selic em 1,5 ponto percentual nesta quarta-feira, acelerando o passo em relação à alta anterior de 1 ponto, diz o ex-ministro (Nelson A Ishikawa/Getty Images)

O Copom provavelmente elevará a Selic em 1,5 ponto percentual nesta quarta-feira, acelerando o passo em relação à alta anterior de 1 ponto, diz o ex-ministro (Nelson A Ishikawa/Getty Images)

B
Bloomberg

Publicado em 27 de outubro de 2021, 09h44.

O avanço do dólar na esteira da incerteza fiscal causada pela quebra do teto de gastos atrapalha a convergência da inflação para 4% em 2022, diz Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda no governo de Dilma Rousseff.

A inflação já atingiu dois dígitos no acumulado em 12 meses no país e o Banco Central busca fazer com que volte para a meta de 3,5% no próximo ano.

O Copom provavelmente elevará a Selic em 1,5 ponto percentual nesta quarta-feira, acelerando o passo em relação à alta anterior de 1 ponto, afirma Levy, que atualmente é diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra.

Segundo ele, o maior ritmo dos juros é proporcional ao desafio fiscal e também ao resultado da inflação medida pelo IPCA-15 divulgado na terça-feira, que superou todas as expectativas.

Exceções ao teto

A volatilidade vista recentemente no mercado brasileiro é compatível com a perda da âncora do teto de gastos, diz o ex-ministro. Tem sido verificada “certa facilidade” de se criar excepcionalidades ao teto de gastos por meio de emendas constitucionais com pouca contrapartida fiscal, avalia. “É normal que as variáveis financeiras se ajustem um pouco bruscamente.”

O dólar subiu 3,5% na semana passada, fazendo do real a segunda pior moeda emergente no período, após o governo enviar ao Congresso a PEC dos precatórios com uma revisão da regra do teto de gastos para acomodar o novo programa social do governo, de R$ 400,00 por mês.

Ao mesmo tempo, os juros futuros dispararam com apostas de que o Banco Central terá de ampliar o aperto monetário para conter a piora das expectativas inflacionárias.

Além da piora da trajetória da dívida pública, as indicações são de que o crescimento do PIB migrará para perto de 1% no próximo ano, passado o efeito imediato do estímulo fiscal de quase R$ 1 trilhão dado em 2020, diz Levy.

Segundo o ex-ministro, o país precisa enfrentar os problemas sociais de maneira sistemática, com estudos que ancorem do ponto de vista fiscal os programas que venham a ser adotados. “Só assim é possível esperar atender as enormes demandas da saúde, educação e sustento dos mais vulneráveis com um mínimo de sucesso e respeitando a limitação de recursos que está evidente a todos.”

Últimas Notícias

ver mais
Dólar: vale comprar quando cai abaixo de R$ 5, diz economista do Banco Inter
seloMercados

Dólar: vale comprar quando cai abaixo de R$ 5, diz economista do Banco Inter

Há 10 horas
Suzano reduz projeção de produção de celulose em 2023
seloMercados

Suzano reduz projeção de produção de celulose em 2023

Há um dia
CVC confirma Fabio Godinho como novo CEO e aporte de capital do fundador
seloMercados

CVC confirma Fabio Godinho como novo CEO e aporte de capital do fundador

Há um dia
HSBC lança fundo de crédito de US$ 3 bilhões para empresas da China e de Hong Kong
seloMercados

HSBC lança fundo de crédito de US$ 3 bilhões para empresas da China e de Hong Kong

Há um dia
icon

Branded contents

ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

leia mais