Mercados

Ibovespa perde 10 mil pontos em setembro

Além das incertezas que permeiam a atual corrida eleitoral, a oscilação deste ano reflete o crescimento do mercado acionário neste período


	Operadores na Bovespa: de março a outubro, o Ibovespa acumula alta de 11,8%
 (Germano Lüders/EXAME)

Operadores na Bovespa: de março a outubro, o Ibovespa acumula alta de 11,8% (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 21h44.

São Paulo - Embora a performance do Ibovespa no período pré-eleitoral de 2014 seja bem melhor do que a vista nas eleições de 2002, a volatilidade é expressiva. Além das incertezas que permeiam a atual corrida eleitoral, a oscilação deste ano reflete o crescimento do mercado acionário neste período.

De março a outubro, o Ibovespa acumula alta de 11,8%, mas somente em setembro, o índice recuou quase 10 mil pontos. Esse volume supera o tamanho do Ibovespa 12 anos atrás, quando o índice não passava de 9 mil pontos em outubro.

"O Ibovespa de hoje não é o mesmo que se discutia naquela época, é maior e mais complexo", afirmou o sócio da Quantitas Asset Management, Wagner Salaverry.

A composição do índice passou por mudanças significativas. Em 2002, 37% do Ibovespa era composto por papéis do setor de telecomunicações, com empresas como Tele Norte Leste, Brasil Telecom, Telemig Celular, Telenordeste, além de TIM, Vivo e Embratel.

Os bancos representavam apenas 12% do índice, enquanto Vale e Bradespar somavam 5%. Petrobras manteve basicamente o tamanho atual, com 13%, segundo dados compilados pela Quantitas.

Atualmente, o setor de telecomunicações representa apenas 3% do Ibovespa, enquanto Vale e Bradespar chegam a 8% e os bancos são o principal segmento, com fatia de 25%. "O setor de consumo como um todo ganhou força, assim como o setor de educação, que nem existia naquela época."

Em 2002, o Ibovespa estava na casa dos 14 mil pontos em 20 de março, e caiu continuamente até o início de outubro, para 8.997 pontos. Na época, pesava o temor do mercado com a possível vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi um recuo de 36,14%, porém com muito menos volatilidade do que a vista nas eleições atuais.

Em 2014, o comportamento do índice foi marcado por altos e baixos, reagindo às expectativas sobre as pesquisas eleitorais. O indicador saiu de 47.278 pontos em 20 de março para quase 62 mil pontos no fechamento de 02 de setembro. A partir de então, predominou a tendência de queda, com o Ibovespa chegando ao patamar atual de 53 mil pontos.

No início da corrida eleitoral, o mercado torcia pelo fortalecimento de Aécio Neves (PSDB). No entanto, a inesperada morte de Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto, fez com que Marina Silva se tornasse a grande aposta dos investidores. "Claramente o rali da bolsa foi causado pelas pesquisas, com expectativa de avanço da oposição, e direcionado para as empresas estatais", diz Salaverry.

A ação preferencial da Petrobras, que iniciou o rali eleitoral em março cotada a R$ 13,99, atingiu o pico de R$ 24,56 em 2 de setembro. No mesmo dia, a ação bateu a maior cotação intraday desde 21 de junho de 2010, a R$ 24,90, embalada por rumores sobre pesquisas eleitorais. O papel atualmente opera na casa dos R$ 17.

Outro exemplo da intensa volatilidade vista recentemente foi o comportamento do mercado na última segunda-feira, quando o Ibovespa recuou 4,52%, aos 54.625,35 pontos, com a Petrobras PN caindo 11,17%, a R$ 18,60, maior variação desde 21 de novembro de 2008. O súbito recuo foi causado pela pesquisa Datafolha divulgada na noite da sexta-feira anterior, que mostrou avanço de Dilma (de 37% para 40%) e queda de Marina (de 30% para 27%).

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Nvidia supera consenso e tem lucro de US$ 16,6 bilhões no 2º tri; ações caem

“É o setor mais promissor do Brasil”: a maior aposta da Kinea na bolsa

Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, atinge marca histórica de US$ 1 tri em valor de mercado

Hyundai recompra US$ 3 bilhões em ações e quer dobrar linha de híbridos

Mais na Exame