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Ibovespa segue alta global apesar de cautela com atos de 7 de setembro

Sessão é de baixa liquidez com feriado nos EUA; dólar recua com cenário favorável ao risco

. (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 6 de setembro de 2021 às 09h30.

Última atualização em 6 de setembro de 2021 às 16h05.

Após abrir em queda, o Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira, 6, em dia de volume reduzido com feriado nos Estados Unidos e véspera de feriado no Brasil. O índice acompanha o tom positivo no exterior, onde os índices futuros americanos e as bolsas europeias sobem. O otimismo ameniza o clima de cautela causado pelas manifestações convocadas para 7 de setembro no Brasil.

Às 16h05, o Ibovespa sobe 0,59%, aos 117.664 pontos. O dólar comercial também acompanha o clima favorável ao risco no exterior e recua 0,22%, a 5,17 reais. Na máxima, a moeda americana chegou a superar a marca de 5,2 reais.

No exterior, os mercados ainda repercutem a divulgação do payroll dos EUA na sexta-feira. O relatório mostrou uma criação de vagas abaixo do esperado no país em agosto - foram criados 235 mil postos de trabalho, ante projeção de consenso de 725 mil. 

Os dados alimentam a expectativa de que os estímulos à economia injetados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) devem continuar por mais tempo que o esperado. E essa conclusão, por sua vez, estimula a tomada de risco, impulsionando as bolsas.

Os mercados ao vivo estão fechados nos Estados Unidos por conta do feriado do Dia do Trabalho, mas os índices futuros operam em alta. Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,69%.

Preocupações locais

O Ibovespa acompanha o tom global positivo, mas os investidores continuam monitorando as instabilidades políticas no cenário local. Pressionado pela queda de popularidade, o presidente Jair Bolsonaro convocou um ato em defesa de seu governo para o feriado desta terça-feira, 7 de setembro, quando é comemorada a Independência do Brasil. 

A manifestação ocorre em meio ao clima de tensão institucional causado pelos embates do presidente com o Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro afirmou na última sexta-feira que o 7 de setembro será ultimato para duas pessoas do Supremo. 

O presidente não citou nomes, mas, nas últimas semanas, tem focado suas críticas nos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O primeiro é relator do inquérito das fake news em que o presidente é investigado e o segundo, além de presidente do TSE, é contrário à bandeira do voto impresso defendida pelo chefe do Executivo. 

Investidores também ficam atentos a movimentações em Brasília a respeito da reforma do imposto de renda, que segue esta semana para aprovação no Senado. O texto, que inclui a tributação de 15% sobre dividendos e o fim do juro sobre capital próprio (JCP), foi o principal motivo para a queda de mais de 3% no Ibovespa na última semana. 

Especialistas apontam que, caso a reforma seja aprovada no Senado como está, haverá um impacto direto na redução das expectativas de crescimento potencial do Brasil. As perspectivas de crescimento, a propósito, foram revisadas para baixo no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira.

As estimativas dos economistas ouvidos pelo Banco Central apontam um aumento do PIB de 5,15% em 2021, ante 5,22% na projeção anterior. Para o próximo ano, as expectativas são de um crescimento de 1,93%, frente a 2% na medição passada. 

As previsões para a taxa básica de juros também aumentaram. Os especialistas consultados passaram a ver a Selic a 7,63% no final de 2021 na mediana das projeções e a 7,75% em 2022, contra 7,50% antes para ambos os casos. Já a expectativa para o IPCA subiu para 7,58% neste ano e 3,98% no próximo.

Destaques da bolsa

As ações da Minerva (BEEF3) são destaque de alta no pregão e sobem 5,91%. Neste final de semana o ministério da Agricultura confirmou dois casos atípicos da doença da “vaca louca” e suspendeu exportações de carne para a China. A empresa, no entanto, afirmou em comunicado que seguirá atendendo a demanda chinesa por meio de sua subsidiária Athena Foods, que possui duas plantas no Uruguai e uma na Argentina.

Na ponta negativa, as ações da Dexco, ex-Duratex (DXCO3) e da Alpargatas(ALPA4) ficam entre as principais baixas do Ibovespa, com quedas de 3,06% e 1,57%, respectivamente. Os papéis – que estreiam hoje no índice – fazem parte da nova carteira do Ibovespa, que vai vigorar entre os meses de setembro e dezembro. Nenhuma ação foi excluída, e sete novos papéis passaram a fazer parte do índice. 

“Algumas oscilações mais bruscas podem ocorrer por conta de rebalanceamento de fundos, em que são feitos ajustes de posições em certos papéis após a mudança na carteira teórica do Ibovespa”, explicou Otto Sparenberg, analista técnico do BTG Pactual Digital, durante o programa Abertura de Mercado desta segunda-feira.

Além da Dexco e da Alpargatas, a nova carteira conta com: Banco Inter PN (BIDI4), Banco Pan PN (BPAN4), Méliuz ON (CASH3), Rede D'Or ON (RDOR3), e Petz ON (PETZ3). Com isso, o Ibovespa passa a ser composto por 91 ativos, ante os 84 da última composição.

As ações da Vale (VALE3), que são os papéis com maior participação no Ibovespa, recuam 1,56% e freiam a alta do índice. As ações reagem à queda de 8,52% do minério de ferro no porto de Qingdao após novas restrições na China afetarem a demanda.

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