Invest

Ibovespa retoma os 116 mil pontos e sobe 1,8% na semana; dólar recua

Na sessão, o índice fechou em alta de 1,2%, puxado principalmente pelas ações de peso de Petrobras e B3; em variação, Pão de Açúcar, com alta de 13%, liderou os ganhos

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 19 de março de 2021 às 09h13.

Última atualização em 19 de março de 2021 às 17h43.

Quadro geral do dia:

  • Ibovespa sobe 1,21%, aos 116.221 pontos
  • Dólar comercial cai 1,51% e encerra em 5,48 reais
  • EUA: Dow Jones recua 0,71%, S&P500 tem queda de 0,06% e o índice de tecnologia Nasdaq avança 0,76%; rendimento dos títulos americanos de 10 anos fecha em 1,73%
  • Europa: índice pan-europeu SOTXX 600 fecha em queda de 0,76%.

Quer impulsionar a sua carreira? Participe da Jornada de Finanças e Negócios

O Ibovespa avança mais de 1% nesta sexta-feira, 19, influenciado positivamente pela alta das ações da B3 (B3SA3) e da Petrobras (PETR3;PETR4), que subiram em torno de 3% e 2%, respectivamente. Juntos, esses papéis correspondem por mais de 15% do índice. Os papéis da Petrobras avançaram com a recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional após derrocada ontem. Na semana, o benchmark da bolsa brasileira encerrou com alta de 1,81%. 

O índice também repercutiu a notícia de que o governo assinou contrato com Pfizer e Janssen para recebimento de vacinas. O acordo com Pfizer prevê 13,51 milhões de doses no 2º trimestre de 2021 e mais 86,48 milhões no 3º trimestre, um total de 100 milhões de vacinas. Já o acordo com a Janssen prevê 38 milhões de doses no último trimestre de 2021.

A notícia traz alívio para o cenário de avanço da pandemia no Brasil. Há três dias seguidos o número de mortes está acima de 2.600 no País e novas medidas para restrição de circulação estão sendo adotadas.

Em São Paulo, a prefeitura decidiu antecipar todos os feriados programados até julho após atingir 88% de ocupação de leitos de UTI para covid-19 e registrar o primeiro óbito na fila de espera de leitos. Nesta sexta-feira, a gestão municipal do Rio de Janeiro seguiu o mesmo caminho e criou novas restrições válidas no fim de semana, restringindo banho de mar e atividades econômicas por ambulantes e barraqueiros.

Nos Estados Unidos, o rendimento do tesouro de 10 anos  – usado como termômetro no mercado para medir as expectativas de inflação nos EUA – recuou das máximas após atingir ontem a marca de 1,75%, o maior patamar registrado desde janeiro de 2020. Uma certa estabilidade na taxa impulsionou o setor de tecnologia, com o Nasdaq encerrando em terreno negativo.

O petróleo também se recuperou de uma sessão difícil na véspera e avança cerca de 2%. Ontem a commodity caiu 7% com a notícia de novos lockdowns na Europa. A maior preocupação vem da França, que impôs um novo lockdown de quatro semanas a partir desta sexta-feira em 16 regiões duramente afetadas pelo coronavírus. 

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,76% nesta sexta-feira, seguindo os temores com o avanço da pandemia na Europa e com a ameaça de inflação nos EUA.

Já o dólar comercial registrou sua quarta sessão de perdas, ainda repercutindo alta da Selic para 2,75% ao ano. O desempenho da divisa brasileira também é impulsionado por intervenções do Banco Central, cujo leilão de linha totalizou 1,75 bilhão de reais hoje. Na semana, a moeda acumula até o momento baixa de 1,3%.

Destaques de ações

Em variação, a maior alta do índice ficou por conta de Pão de Açúcar (PCAR3), com valorização de 13,24%. Ontem, uma reportagem da Bloomberg, citando fontes com conhecimento no assunto, apontou que o Casino, controlador do Pão de Açúcar (GPA), considera reduzir sua participação na C-Nova, braço de e-commerce do grupo, do qual o GPA tem 34% de participação. Na Bolsa de Paris, as ações do Casino subiram 4,7% na véspera e mais 1,25% hoje.

No segundo e terceiro lugar, aparecem as ações da SulAmérica (SULA11), que subiram quase 9% ainda repercutindo o aumento da Selic, seguidas de CVC Brasil (CVCB3), com valorização de 6,85%. Na semana, as units da SulAmérica lideraram os ganhos, com alta de 24,57%.

Além de serem beneficiados pela alta dos juros (uma vez que as seguradoras têm suas receitas financeiras atreladas à Selic), Bruno Lima, analista-chefe da EXAME Invest Pro, comenta que os papéis da SulAmerica foram muito penalizados no mercado nas últimas semanas, na esteira de um resultado fraco do quarto trimestre (abaixo das expectativas do mercado), reportado no fim de fevereiro. No entanto, ele comenta que essa piora ocorreu principalmente por conta da pandemia, o que "claramente não é recorrente".

Segundo Lima, a sinistralidade mais alta registrada pela empresa deve ser transitória, o que contribui para uma perspectiva positiva em torno da companhia no longo prazo.

Do outro lado, lideraram as perdas do índice nesta sessão as ações de CSN (CSNA3), Assaí (ASAI3) e Suzano (SUZB3), com quedas de 3,86%, 2,61% e 1,73%, respectivamente. Na semana, a maior baixa ficou por conta de Magazina Luiza (MGLU3), com desvalorização de 9,28%.

Também entre os destaques hoje, os investidores locais observaram ainda o desempenho das ações do Banco do Brasil (BBAS3) após a troca no comando do banco. Ontem, o governo indicou Fausto de Andrade Ribeiro para ser o próximo presidente-executivo do Banco do Brasil, após o atual mandatário do banco estatal, André Brandão, ter renunciado ao cargo. Como a saída de Brandão já vinha sendo precificada nas últimas semanas, os papéis do BB viraram para alta e fecharam com ganhos de 0,85%.

 

 

Acompanhe tudo sobre:AçõesDólarIbovespa

Mais de Invest

“Não tente acertar o futuro”: a lição de Howard Marks a investidores brasileiros

Renda variável x renda fixa: como escolher o que é melhor para mim?

“Continuamos acreditando que o governo vai fazer o certo”, diz CEO do Santander

Mega-Sena acumulada: quanto rendem R$ 65 milhões na poupança

Mais na Exame