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Ibovespa fecha semana em queda de quase 2% com temor de inflação nos EUA

Índices americanos recuam enquanto bolsas europeias sobem após BCE manter juros

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 14 de abril de 2022 às 17h32.

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 caiu nesta quinta-feira, 14, último pregão da semana antes do feriado de Páscoa, que irá fechar as bolsas dos Estados Unidos e do Brasil nesta sexta-feira.

O Ibovespa fechou o dia em queda de0,51%, aos116.181pontos, e acumulou baixa de 1,81% na semana. No mês, o índice recua 3,2%, mas, no acumulado do ano, o Ibovespa ainda sobe 10,8%.

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Como na maior parte da semana, o desempenho local acompanha o movimento nos índices americanos, que fecharam o dia no vermelho. Na véspera, os mercados tiveram um dia de correção para cima – o único da semana. Hoje, no entanto, investidores voltam a se preocupar com a disparada da inflação e com a consequente elevação da taxa de juros nos Estados Unidos.

O temor é que o aumento de preços impacte os resultados das empresas, que já começaram a divulgar seus balanços do 1º trimestre de 2022. O cenário de incerteza impulsionou uma nova alta do rendimento (yield) dos treasuries americanos, o que tira atratividade da renda variável e prejudica as ações. Em Wall Street, o índice Nasdaq, com maior composição de empresas de tecnologia, liderou as perdas.

Investidores também reagiram aos dados de vendas no varejo dos Estados Unidos, que veio levemente abaixo das expectativas do mercado, em alta de 0,5%, contra 0,6% das projeções dos analistas.

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Na Europa, por outro lado, as bolsas subiram com investidores digerindo a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que manteve inalterada suas taxas de juros. Christine Lagarde, presidente do BCE, afirmou que manterá "gradualismo e flexibilidade" na condução da política monetária, decepcionando parte dos investidores que esperavam um comunicado mais contracionista.

“[A decisão] gera preocupações quanto à alta da inflação na Europa, mas o BCE se mostrou mais preocupado com a queda da atividade econômica devido à guerra, do que com a alta da inflação. No câmbio, o pronunciamento da presidente do BCE provocou uma queda no euro e um fortalecimento do dólar globalmente”, Braulio Langer, analista da Toro Investimentos.

Com a decisão do BCE, o euro atingiu o menor valor desde maio de 2020 na comparação contra o dólar na mínima do dia, encerrando a sessão em queda de 0,55%. Por aqui, a moeda americana acompanhou o dia de aversão a risco nos Estados Unidos e subiu 0,17% contra o real, com investidores buscando opções mais seguras de investimentos.

O dólar comercial encerrou a sessão cotado a R$ 4,696. Apesar da alta de hoje, a moeda americana recua 1,3% no mês e acumula baica de 15,75% no ano.

Destaques de ações

O movimento no mercado americano se refletiu na alta dos juros futuros na B3, pressionando ações de crescimento e ligadas à economia local. Yduqs (YDUQ3) liderou as perdas do pregão, acompanhada por Azul (AZUL4) e Iguatemi (IGTI11). A Méliuz (CASH3), que divulgou sua prévia operacional na última noite, caiu mais de 2%.

A baixa das ações da Vale (VALE3), que são os papéis com maior participação no Ibovespa, também contribuíram para o tom negativo do pregão. Já as ações da Petrobras (PETR3/PETR4), que têm o segundo maior peso do índice, apresentaram volatilidade e fecharam em direções opostas. Nesta quinta, a companhia elegeu em assembleia, de seu novo presidente, José Mauro Coelho.

Na ponta positiva do índice, as ações da Vibra Energia (VVBR3) lideraram os ganhos, seguidas por Fleury (FLRY3) e JBS (JBSS3).

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