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Ibovespa fecha semana em queda de 2% com ameaça da variante Delta

Todos os principais índices americanos registram queda; apenas seis ações da bolsa sobem

Foto: Cris Faga/NurPhoto/Getty Images (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Foto: Cris Faga/NurPhoto/Getty Images (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de julho de 2021 às 17h24.

Última atualização em 8 de julho de 2021 às 17h31.

O Ibovespa caiu nesta quinta-feira, 9, acompanhando a preocupação mundial com o avanço da variante delta do coronavírus, que pode forçar um passo atrás na recuperação da economia global. O pregão foi o último da semana devido ao feriado desta sexta-feira, o que também contribuiu para a aversão ao risco na bolsa local. 

O principal índice da B3 fechou em queda 1,25%, aos 125.427 pontos. No acumulado semanal, as perdas foram de 2%.

O movimento de queda da bolsa brasileira ocorreu em linha com a aversão ao risco do mercado internacional. No exterior, todos os principais índices de ações fecharam em queda, enquanto investidores aumentam posição em ativos defensivos, como títulos do Tesouro americano e em moedas fortes.

Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq caíram 0,86% e 0,72%, respectivamente, após terem renovado suas máximas históricas na véspera. 

"A variante Delta explica o mercado mais preocupado com a recuperação econômica no segundo semestre. As bolsas, quando estão trabalhando nas máximas, precisam apenas de um pequeno catalisador para uma realização de lucros", disse Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual Digital, no programa ”Abertura de Mercado” desta quinta.

No Brasil, o dólar subiu pelo oitavo pregão consecutivo, encerrando a sessão negociado acima de 5,25 reais. A moeda americana teve o movimento de alta acelerado pela divulgação dos pedidos semanais de seguro desemprego nos Estados Unidos, que vieram acima da previsão. Por lá, foram registrados 373.000 pedidos ante a expectativa de 350.000.

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Além do cenário externo, seguiram no radar dos investidores questões políticas envolvendo denúncias de corrupção na compra de vacinas e a perda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro.  "A nota das forças armadas e a CPI da Covid contribuem para a aversão ao risco registrada hoje”, afirma André Machado, fundador da escola de traders “Os 10%”.

Machado ainda ressalta que "sempre que o presidente é pressionado, ele parte para medidas de cunho populista". "A questão política afeta diretamente o lado fiscal. Quando houve novas denúncias de corrupção, ele estendeu o auxílio emergencial por três meses."

Investidores também repercutiram a divulgação do IPCA de junho, que saiu abaixo do esperado, apontando para uma alta mensal de 0,53%, enquanto o consenso era de uma alta de 0,59%. No mercado de futuros, os juros com vencimento em setembro chegaram a operar em queda no início do dia, mas entraram em alta ainda pela manhã. 

"O IPCA veio levemente abaixo das expectativas e perdeu força em junho, o que deve fazer o Copom seguir a estratégia de aumentar os juros em 0,75% e não ir além disso, como poderia ocorrer", comenta Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.

Destaques da bolsa

Na bolsa brasileira, apenas seis ações das 84 que compõem o índice fecharam em terreno positivo. Entre as ações com maior peso no índice, as da Vale (VALE3), da Petrobras (PETR3/PETR4) e dos grandes bancos seguem no campo negativo, exercendo pressão negativa sobre os negócios.

A Vale recuou 0,39%, enquanto os papéis da Petrobras registraram quedas de 1,98% e 2%, respectivamente. Entre os bancos, Itaú (ITUB4) registrou a maior queda, de 1,31%.

As quedas foram ainda maiores entre as siderúrgicas. Impactadas pela desvalorização de 1,96% do minério de ferro na China, as ações da CSN (CSNA3) caíram 4,42%, liderando as perdas do índice, enquanto Gerdau (GOAU4) e Usiminas (USIM5) recuaram 3,43% e 1,01%.

Entre as poucas ações que operam no campo positivo, estão as das empresas de shoppings. Iguatemi (IGTA3) lidera as altas subindo 1,74%. BR Malls (BRML3) sobe 0,5% e Multiplan (MULT3) tem alta de 0,13%.

Maiores altas

Maiores quedas

IguatemiIGTA3

1,74%

CSNCSNA3

-4,42%

BR MallsBRML3

0,50%

SulAméricaSULA11

-3,92%

Lojas RennerLREN3

0,34%

WegWEGE3

-3,69%

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