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Ibovespa fecha estável com pressão de Wall Street

O exterior foi compensado pelo otimismo pela visão de fortalecimento do governo Temer, com a chance de anulação de acordo de delação da JBS

B3: o mercado segue atento ao Congresso Nacional (Facebook/B3/Reprodução)
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Reuters

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 18h44.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou quase estável nesta terça-feira, com a pressão de Wall Street compensada pela visão de fortalecimento do governo do presidente Michel Temer, com a chance de anulação de acordo de delação de executivos da J&F, o que levou o índice a superar os 73 mil pontos durante o pregão.

O Ibovespa fechou com variação positiva de 0,03 por cento, a 72.150 pontos. Na máxima, subiu 1,46 por cento, a 73.179 pontos, maior nível intradia desde a máxima histórica de 29 de maio de 2008, quando chegou a 73.920 pontos.

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O giro financeiro do pregão somou 10,92 bilhões de reais, acima da média diária do mês passado, de 8,76 bilhões de reais.

Na noite passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de investigação para apurar indícios de crimes omitidos por delatores da J&F, controladora da JBS , o que pode levar à rescisão dos benefícios concedidos na delação premiada, que implicou Temer. Janot destacou, contudo, que provas as apresentadas pelos delatores até o momento continuam válidas.

"A leitura é que isso traz alívio maior para o governo fazer as reformas", disse o diretor de gestão da Mapfre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn.

No entanto, a fraqueza em Wall Street, com o S&P 500 fechando em queda de 0,76 por cento e o Dow Jones perdendo 1,07 por cento, tirou força do pregão local.

"Mesmo com a aversão a risco externa a gente ainda viu um movimento de bolsa se sustentando nesse nível de 72.100 pontos... A dúvida é o que vai prevalecer. Se lá fora começar a ter ritmo mais pesado de aversão, talvez a gente comece a sofrer por aqui também", disse Eichhorn.

No front local, o mercado segue atento ao Congresso Nacional, diante da expectativa de conclusão da votação da medida que altera as metas de déficit fiscal deste e do próximo ano. Além disso, o Senado precisa votar a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) antes que a medida provisória perca a validade, na quinta-feira.

Destaques

- JBS ON caiu 8,28 por cento, após o pedido de abertura de investigação da delação de executivos da J&F, o que pode levar à rescisão dos benefícios concedidos aos delatores e despertou receios de que multas maiores sejam aplicas à empresa. Na mínima do dia, as ações da produtora de alimentos recuaram mais de 11 por cento.

- PETROBRAS PN avançou 1,69 por cento e PETROBRAS ON ganhou 0,88 por cento, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional. O mercado também reagiu ao avanço do processo de reestruturação societária da BR Distribuidora, reformando o estatuto.

- CSN ON subiu 2,11 por cento, após O Estado de S.Paulo publicar que a empresa vai reajustar em 10,25 por cento o preço do aço a partir de 1º de outubro para a rede de distribuição e indústria. Os papéis fecharam na contramão das demais empresas do setor. USIMINAS PNA caiu 1,59 por cento e GERDAU PN cedeu 2,25 por cento.

- ELETROBRAS ON subiu 4,39 por cento e ELETROBRAS PNB teve alta de 2,63 por cento, amparadas pela visão de fortalecimento do governo, que também ajudou outras estatais. Segundo analistas, no caso da Eletrobras, o fortalecimento do governo corrobora a visão de que o processo de privatização terá mais força para avançar.

- BANCO DO BRASIL ON subiu 0,5 por cento. ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,05 por cento; SANTANDER UNIT perdeu 0,53 por cento. BRADESCO PN teve o pior desempenho do setor, com queda de 1,43 por cento, ajudando a tirar fôlego do Ibovespa devido ao peso em sua composição.

- VALE ON caiu 1,39 por cento, em dia de queda dos contratos futuros do minério de ferro na China.

- MAGAZINE LUIZA ON, subiu 5,51 por cento, a 82 reais, no primeiro pregão após o desdobramento de cada ação ordinária em oito.

- GOL PN avançou 7,59 por cento, após anúncio de venda e arrendamento de aeronaves, que aumenta o total de aviões Boeing 737 MAX 8 de cinco para seis em 2018, mas não altera o plano de frota de 121 aviões no final de 2018.

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