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Ibovespa fecha em queda pelo 4º pregão seguido com eleição no radar

Índice caiu 0,48 por cento, a 78.767,99 pontos, oscilando de alta de 0,39 por cento no começo do pregão a queda de 1,26 por cento no pior momento do dia

Ibovespa: volume financeiro do pregão somava 9,2 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: volume financeiro do pregão somava 9,2 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 17h06.

Última atualização em 9 de agosto de 2018 às 17h31.

São Paulo - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira pelo quarto pregão seguido, com a falta de definições sobre o panorama eleitoral abrindo espaço para movimentos de realização de lucros após alta de quase 9 por cento em julho, o que ofuscou o efeito de resultados fortes, como o do Banco do Brasil.

O principal índice de ações da B3 caiu 0,48 por cento, a 78.767,99 pontos, tendo oscilado de alta de 0,39 por cento no começo do pregão a uma queda de 1,26 por cento no pior momento do dia. O volume financeiro do pregão somou 10,1 bilhões de reais. A queda acumulada na semana já alcança 3,27 por cento.

Com o cenário eleitoral ganhando cada vez mais espaço na avaliação de riscos, investidores devem acompanhar nesta quinta-feira o primeiro debate na TV, Band, entre os presidenciáveis. Também há expectativa de divulgação de pesquisa sobre intenções de votos encomendada pela XP Investimento para a sexta-feira.

Para o gestor-chefe da Garín Investimentos, Ivan Kraiser, a bolsa teve uma sessão de lado, enquanto segue na expectativa de novos eventos na esfera eleitoral, com o quadro ainda sem mudanças relevantes.

As últimas pesquisas eleitorais ainda mostraram um cenário bastante incerto, com elevado percentual de indecisos. A campanha começa oficialmente apenas na próxima semana e os programas na televisão e rádio no final do mês, o que pode fazer diferença nas intenções de votos.

Na visão de gestor de uma administradora de recursos do Rio de Janeiro, contudo, o fato de a situação ainda não se mostrar animadora em relação às expectativas no mercado de um candidato mais ao centro, liberal e reformista, ajuda a explicar os recentes movimentos dos ativos locais.

Destaques

- BANCO DO BRASIL subiu 2,97 por cento, após divulgar alta robusta do lucro no segundo trimestre, apoiado em menores despesas com provisões para calotes, maiores receitas com tarifas e na expansão das receitas com crédito para pessoas físicas. O BB também previu maior agressividade no crédito nos próximos meses. Para o BTG Pactual, foi um resultado bastante forte e de boa qualidade.

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,53 por cento e BRADESCO PN cedeu 1,04 por cento, ainda entre as maiores pressões de baixa, embora se afastando das mínimas mais cedo, conforme seguem vulneráveis a expectativas sobre o cenário eleitoral.

- VALE recuou 1,07 por cento, ajudando na queda do Ibovespa em razão do peso relevante que detém na composição do índice.

- ENGIE BRASIL ENERGIA avançou 4,51 por cento, tendo no radar lucro de 589,2 milhões de reais no segundo trimestre, avanço de 20 por cento na comparação anual. Além de resultado forte, a Coinvalores acrescentou que a companhia divulgou boa distribuição de proventos. A Engie Brasil também disse que comprou acesso à sala de informações sobre o processo de privatização da geradora paulista Cesp, cujo leilão está agendado para 2 de outubro.

- MARFRIG recuou 4,02 por cento, liderando as perdas no setor, com JBS caindo 3,92 por cento e BRF, que divulga resultado na sexta-feira antes da abertura da bolsa, encerrando em baixa de 3,06 por cento.

- PETROBRAS PN fechou em alta de 0,99 por cento, apesar do enfraquecimento dos preços do petróleo no exterior e da cautela com o cenário eleitoral. A companhia informou nesta quinta-feira que recebeu uma devolução de 1,034 bilhão de reais por meio de acordos de colaboração e leniência celebrados no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

- COSAN encerrou em baixa de 2,61 por cento, após divulgar prejuízo líquido de 64,3 milhões de reais no segundo trimestre, com os protestos de caminhoneiros em maio impactando o desempenho de parte de seus negócios. A geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), totalizou 803 milhões de reais entre abril e junho deste ano, praticamente estável em relação ao observado em igual momento de 2017.

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