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Ibovespa fecha em queda de 0,85% por preocupações com reforma

O governo do presidente Michel Temer admitiu alterar a proposta de reforma da Previdência em pelo menos cinco pontos sensíveis

B3: também ajudou a azedar o humor do mercado a suspensão por até 30 dias da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia aérea Azul (Facebook/B3/Reprodução)
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Reuters

Publicado em 6 de abril de 2017 às 18h14.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 22h13.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda nesta quinta-feira, com investidores preocupados com o andamento da reforma da Previdência , após o governo ter anunciado que fará mudanças na proposta original encaminhada ao Congresso.

O Ibovespa caiu 0,85 por cento, a 64.222 pontos. O giro financeiro foi de 7,1 bilhões de reais. No pior momento do dia, o índice recuou 1,56 por cento, enquanto no melhor momento chegou a subir 0,23 por cento.

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O governo do presidente Michel Temer admitiu alterar a proposta de reforma da Previdência em pelo menos cinco pontos sensíveis: as regras de transição, as normas para aposentadoria rural, o acúmulo de pensões, aposentadorias especiais para professores e policiais e os Benefícios de Prestação Continuada.

Os negócios, que já vinham mostrando viés mais negativo durante a maior parte do pregão, pioraram ainda mais após o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, ter afirmado para jornais nacionais que, com as mudanças na proposta de reforma da Previdência, o governo deixará de economizar 67,8 bilhões de reais em dez anos.

Também ajudou a azedar o humor do mercado a suspensão por até 30 dias da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da companhia aérea Azul, anunciada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após constatar que materiais de apresentação da operação foram divulgados na Internet, o que é proibido.

Destaques

- BRADESCO PN caiu 0,91 por cento, e ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,79 por cento, em sessão negativa para o setor bancário como um todo, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso na composição do índice.

- SANTANDER UNIT perdeu 3,79 por cento, e figurou entra as maiores quedas do Ibovespa. O grupo de investimentos Qatar Holdings vendeu uma participação de cerca de 2,5 por cento no Banco Santander Brasil, com investidores pagando 25 reais por unit do banco. O fundo do Catar e os bancos coordenadores da operação haviam sugerido um preço de 27 reais por unit, afirmaram três fontes com conhecimento direto da operação, mas investidores recusaram tal preço e pressionaram por um valor menor. Na véspera, as units do Santander Brasil caíram 5,2 por cento, já em meio a notícias sobre o movimento dos investidores.

- VALE PNA recuou 2,15 por cento e VALE ON cedeu 1,83 por cento, em sessão de perdas para os contratos de minério de ferro e de aço na China. As ações da mineradora tentaram uma recuperação durante o dia, com as preferenciais chegando a subir 1,7 por cento no melhor momento do pregão.

- USIMINAS PNA recuou 4,14 por cento, no pior desempenho do Ibovespa, enquanto a GERDAU PN perdeu 1,69 por cento e a CSN ON teve baixa de 2,04 por cento, também refletindo as perdas das commodities metálicas na China. No caso dos papéis da Usiminas, operadores citaram que a visão ainda negativa quanto à administração da empresa ajudaram a pressionar ainda mais os papéis.

- KROTON EDUCACIONAL ON teve ganhos de 3,23 e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON avançou 3,32 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa. No radar estava a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de estender o prazo de análise da fusão das duas empresas por 60 dias, até 27 de junho, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. Segundo operadores, a decisão já era esperada e dá mais tempo para que as empresas negociem o processo junto ao Cade.

- SMILES avançou 2,65 por cento. Na véspera, a operadora de programas de fidelidade anunciou um aditivo a um contrato para compra antecipada de passagens de sua controladora, GOL, no valor de 480 milhões de reais. As ações da companhia aérea, que não fazem parte do Ibovespa recuaram 0,86 por cento. Segundo analistas do Credit Suisse, a medida reforça a visão de que a Gol ainda enfrenta pressão de liquidez no curto prazo.

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