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Ibovespa fecha em baixa de 0,5% com cautela por política

O noticiário político segue tumultuado desde as denúncias contra o presidente Michel Temer, após a divulgação de conversa com um dos sócios da JBS

B3: investidores também reagiram ao movimento da Moody's de alterar a perspectiva do rating do Brasil de estável para negativa (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: investidores também reagiram ao movimento da Moody's de alterar a perspectiva do rating do Brasil de estável para negativa (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2017 às 18h08.

São Paulo - O principal índice da Bovespa caiu nesta segunda-feira, com a conturbada cena política ainda no radar dos investidores, em sessão de baixa liquidez devido a feriado nos Estados Unidos.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,51 por cento, a 63.760 pontos. O volume financeiro do pregão somou 3,7 bilhões de reais, enfraquecido, muito abaixo da média diária para o ano até quinta-feira da semana passada, de 8,4 bilhões de reais.

O noticiário político brasileiro segue tumultuado desde as denúncias contra o presidente Michel Temer, após a divulgação de conversa com um dos sócios da JBS e antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomar o julgamento que pode levar à cassação de Temer.

No domingo, Temer anunciou a troca do ministro da Justiça, nomeando para o cargo Torquato Jardim, que comandava o Ministério da Transparência.

Torquato Jardim foi ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dois períodos e presidiu o Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) de 2002 a 2008.

Também no radar estava a troca de comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com a nomeação de Paulo Rabello de Castro, após Maria Silvia Bastos Marques, ter renunciado na sexta-feira.

Além do noticiário político, investidores também reagiram ao movimento da agência Moody's de alterar na sexta-feira a perspectiva do rating do Brasil de estável para negativa, citando incertezas em torno do ritmo de reformas diante da intensificação da crise política.

Destaques

- BRADESCO PN perdeu 1 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,5 por cento. SANTANDER UNIT teve baixa de 0,62 por cento e BANCO DO BRASIL ON recuou 0,69 por cento.

- CIELO ON perdeu 2,44 por cento, após subir 5,69 nos últimos quatro pregões.

- SABESP ON perdeu 1,37 por cento, com investidores ainda preocupados com a revisão tarifária da empresa. Recentemente, a Sabesp informou que a aprovação da nota técnica final e o relatório com deliberação sobre a revisão tarifária deve acontecer em 15 de setembro.

- PETROBRAS PN teve baixa de 0,8 por cento e PETROBRAS ON cedeu 1,31 por cento, revertendo os ganhos de mais cedo e na contramão dos preços do petróleo no mercado internacional, que tiveram leves altas após perdas acentuadas na semana passada.

- JBS ON recuou 0,13 por cento. Os papéis da empresa têm tido forte volatilidade desde a delação de seus executivos. No radar neste pregão estava a saída de Joesley Batista da presidência do conselho de administração e de seu irmão Wesley da vice-presidência do colegiado. Investidores também seguem atentos às negociações para um acordo de leniência do grupo J&F, controlador da JBS. E a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu mais um processo contra a JBS, elevando para oito o número de investigações nas últimas duas semanas.

- FIBRIA ON avançou 3,64 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, e SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA ganhou 2,01 por cento. O Santander Brasil elevou a recomendação para os papéis das duas empresas para "compra", citando melhora nos fundamentos do setor. Ambas recentemente anunciaram aumentos de preços da celulose.

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