Ibovespa fecha em alta com NY e alívio fiscal; dólar cai 1%
Melhora de percepção local sustenta bolsa pelo segundo dia, apesar de temores sobre inflação
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de agosto de 2021 às 17h24.
Última atualização em 25 de agosto de 2021 às 17h45.
O Ibovespa fechou em alta de 0,50%, a 120.818 pontos, nesta quarta-feira, 25, acompanhando o movimento das altas de Wall Street e com o mercado ainda reprecificando os ativos locais, após as declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, melhorarem a percepção dos riscos fiscais.
Na véspera, Lira anunciou o adiamento da nova fase da reforma tributária e disse que a solução para os precatórios não vai romper o teto de gastos. Respondendo à melhora do ambiente doméstico, o dólar caiu pelo quarto pregão seguido, fechando em queda de 0,97%, a 5,211 reais.
Apesar do desfecho positivo, o Ibovespa operou a maior parte do pregão no campo negativo, com investidores realizando lucros da última sessão, quando o Ibovespa registrou a maior alta desde janeiro, e digerindo dados do IPCA.
IPCA
Divulgado nesta manhã pelo IBGE, o IPCA-15, indicador considerado a prévia da inflação, cresceu 0,89% em agosto, acima do esperado pelos economistas. O valor foi o maior registrado para o mês desde 2002. Com isso, o índice acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% em 12 meses.
“A inflação está mais alta e isso está gerando revisões importantes de elevação de inflação para cima”, comenta Daniel Miraglia ,economista-chefe da Integral Group,.
“Este é o pior resultado anual desde maio de 2016 e deixa claro que teremos ainda preocupações inflacionárias por mais algum tempo”, afirma, em nota, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.
O economista alerta que os dados devem levar a um aumento de 125 pontos base na taxa básica de juros, a Selic, já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro. Isso levaria a Selic para o patamar de 6,5% ao ano.
EUA
Nos Estados Unidos, os índices S&P 500 e Nasdaq voltaram a fechar em níveis recordes, com investidores ainda à espera do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, nesta sexta-feira, 27.A expectativa é de que Powell dê novos detalhes sobre a política monetária americana.
Destaques da bolsa
As ações da Suzano (SUZB3) lideraram as altas do Ibovespa, fechando com valorização de 5,44%. Os papéis já haviam subido 2,73% na véspera após o Morgan Stanley ter elevado a recomendação no papel para compra. Também entre as maiores altas do dia, a Klabin (KLBN11), do mesmo setor, subiu 3,9%. CVC (CVCB3), Totvs (TOTS3) e Braskem (BRKM5) avançaram 4,16%, 4% e 3,9%, respectivamente.
No campo negativo, as units do Banco Inter (BIDI11) lideraram as perdas, recuando 4,42%. Este foi o segundo dia de perdas do papel, que não acompanhou as fortes altas do dia anterior. Os papéis das Lojas Americanas (LAME4), que subiram 11,8% na última sessão, caíram 1,02%.
Com as maiores participações do Ibovespa, as ações da Vale (VALE3) caíram 0,15%, as da Petrobras subiram 0,25% (PETR3) e 0,54% (PETR4). No setor financeiro, o destaque ficou com a alta de 0,78% do Itaú (ITUB4).